São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Colômbia questiona Conselho de Defesa

Após adesão, ministro colombiano diz nos EUA que desconhece finalidade de projeto

José Ramos, assessor do ministro Nelson Jobim (Defesa), afirma que, ao longo do tempo, "todas as dúvidas" serão esclarecidas


CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, questionou ontem a utilidade do Conselho Sul-Americano de Defesa. Em palestra num think-tank (centro de estudos) ligado ao Partido Democrata em Washington, Santos ironizou o projeto militar e explicou que seu governo impôs condições à adesão, formalizada há apenas cinco dias.
"Para quê é isso, ainda não sei", disse Santos, a um público de autoridades e acadêmicos reunidos no Centro de Estudos para o Progresso Norte-Americano. A Colômbia aderiu à iniciativa promovida pelo ministro brasileiro Nelson Jobim (Defesa) numa reunião entre os presidentes Lula e Álvaro Uribe, no último dia 19 em Bogotá.
As declarações de Santos foram recebidas com cautela no Ministério. "Todas as dúvidas que houver serão esclarecidas ao longo das conversas", afirmou à Folha José Ramos, assessor de Jobim.
As condições apresentadas, segundo Santos, foram que decisões "devem ser obtidas por consenso" e "reconhecidas apenas as forças institucionais autorizadas pela Constituição" dos países signatários.
O governo colombiano quer que, na declaração de princípios ou no estatuto do novo órgão, conste uma "rejeição total a grupos violentos, seja qual for a sua origem", em referência às guerrilhas de seu país, o único das Américas que tem um conflito armado interno.
O ministro colombiano também apontou como requisito que não existam restrições para os membros do conselho buscarem "alianças" militares com terceiros países, como os EUA. O assessor de Jobim confirmou tais condições, mas disse que "em nenhum momento" se impuseram restrições a alianças. O conselho deve servir ao intercâmbio militar, à ação conjunta em missões de paz e humanitárias e à integração das bases industriais de Defesa.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Pontal: 500 sem-terra iniciam marcha contra Serra
Próximo Texto: Diplomacia: Brasil participa de exercício militar dos EUA
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.