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PF pede cópia de grampo com Sarney e filho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal do Distrito Federal, que investiga
os atos secretos do Senado,
requisitou à Justiça Federal
do Maranhão cópias da interceptação telefônica em
que o presidente José Sarney
(PMDB-AP) aparece tratando com o filho, Fernando, da
contratação no órgão do namorado de uma neta.
Para a PF e para o Ministério Público Federal, o diálogo
é um indício do envolvimento do senador no caso dos
atos. Dias depois da conversa, o namorado da neta de
Sarney foi contratado no Senado por meio de um ato secreto assinado pelo então diretor-geral do órgão, Agaciel
Maia, aliado do senador.
Fernando Sarney foi
grampeado com autorização
judicial na investigação que
levou à Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.
Assim que o material chegar a Brasília, PF e Ministério Público Federal do DF
vão encaminhá-lo à Justiça,
que o repassará ao Supremo
Tribunal Federal.
Como o senador tem foro
privilegiado, a investigação
ficará sob responsabilidade
do Supremo -e dependerá
também de uma manifestação favorável da Procuradoria Geral da República.
Os crimes investigados serão os mesmos apurados até
o momento: peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção passiva privilegiada e
prevaricação.
A assessoria de imprensa
da Presidência do Senado
disse que Sarney não vai se
manifestar sobre o caso.
A mudança de jurisdição
do inquérito dos atos secretos desagradou aos investigadores, já que a apuração,
agora, levará mais tempo.
A pedido do Ministério Público Federal do Distrito Federal, a PF começou a investigar os atos secretos no último dia 9. Antes, uma comissão de sindicância do Senado
responsabilizou sete servidores pela medida e abriu
processo administrativo
contra os ex-diretores Agaciel e João Carlos Zoghbi
(Recursos Humanos).
Na semana passada, como
forma de tentar responder à
crise que enfrenta desde que
assumiu o Senado (em fevereiro), Sarney determinou a
anulação dos atos secretos.
O inquérito que apura o
mercado de crédito consignado na Casa, ainda em andamento, também passará
por mudanças. O responsável é o delegado Gustavo Buquer, que também investiga
os atos secretos.
O caso será dividido em
dois: um sobre crimes contra
a administração pública e
outro sobre crimes financeiros. A intenção da PF é agilizar a apuração.
(LUCAS FERRAZ)
Colaborou FELIPE SELIGMAN, da Sucursal de Brasília
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