São Paulo, sexta-feira, 24 de julho de 2009

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Pagar viagens de deputados é "normal", diz fabricante de caças

ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

O presidente da empresa que tenta vender 36 caças Rafale ao Brasil minimizou ontem a polêmica sobre o pagamento das despesas de viagem de oito deputados brasileiros a Paris na semana passada. Charles Edelstenne, da Dassault Aviation, disse que o financiamento, feito em parceria com Estado, é um procedimento normal.
Segundo Edelstenne, que deu entrevista coletiva sobre a divulgação dos resultados financeiros do grupo, o conjunto das indústrias do setor da defesa também contribuiu para financiar a visita ao país.
"A França oferece um certo número de equipamentos ao Brasil, não apenas o Rafale, e é por isso que indústria e Estado financiaram a vinda dos deputados. Não vejo, nesse caso, nenhum conflito de interesses, pois consideramos normal apresentar aos representantes do povo os diferentes equipamentos que propomos", disse.
Na semana passada, a Folha revelou que os deputados, entre eles o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), estiveram em Paris com as despesas pagas para acompanhar as comemorações da festa nacional da Queda da Bastilha, em 14 de julho, e participar de reuniões com representantes do Legislativo e Executivo.
Os congressistas admitiram que o assunto Rafale foi discutido em diversas reuniões -inclusive com Henri Guaino, conselheiro especial da Presidência francesa e braço direito do presidente Nicolas Sarkozy .
Temer classificou a viagem como um "lobby muito saudável e elegante".
A Dassault, com o Rafale, é uma das três finalistas, além da Boeing (dos EUA) e da Saab (da Suécia), na concorrência bilionária para fornecer ao governo brasileiro 36 caças.


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