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Pagar viagens de deputados é "normal", diz fabricante de caças
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
O presidente da empresa que
tenta vender 36 caças Rafale ao
Brasil minimizou ontem a polêmica sobre o pagamento das
despesas de viagem de oito deputados brasileiros a Paris na
semana passada. Charles
Edelstenne, da Dassault Aviation, disse que o financiamento, feito em parceria com Estado, é um procedimento normal.
Segundo Edelstenne, que
deu entrevista coletiva sobre a
divulgação dos resultados financeiros do grupo, o conjunto
das indústrias do setor da defesa também contribuiu para financiar a visita ao país.
"A França oferece um certo
número de equipamentos ao
Brasil, não apenas o Rafale, e é
por isso que indústria e Estado
financiaram a vinda dos deputados. Não vejo, nesse caso, nenhum conflito de interesses,
pois consideramos normal
apresentar aos representantes
do povo os diferentes equipamentos que propomos", disse.
Na semana passada, a Folha
revelou que os deputados, entre eles o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP),
estiveram em Paris com as despesas pagas para acompanhar
as comemorações da festa nacional da Queda da Bastilha,
em 14 de julho, e participar de
reuniões com representantes
do Legislativo e Executivo.
Os congressistas admitiram
que o assunto Rafale foi discutido em diversas reuniões -inclusive com Henri Guaino,
conselheiro especial da Presidência francesa e braço direito
do presidente Nicolas Sarkozy .
Temer classificou a viagem
como um "lobby muito saudável e elegante".
A Dassault, com o Rafale, é
uma das três finalistas, além da
Boeing (dos EUA) e da Saab (da
Suécia), na concorrência bilionária para fornecer ao governo
brasileiro 36 caças.
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