|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÊMICA
Senador diz que Bahia estaria melhor se houvesse ocupado cargo
ACM diz que há miséria
porque não foi presidente
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Amargosa (BA)
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) insinuou ontem em Amargosa (BA) que cabe
ao presidente da República a execução de projetos para erradicar
ou diminuir os índices de pobreza
do país.
"Na Bahia, eu não consegui diminuir a pobreza porque não sou
nem fui presidente da República",
disse o senador, que participou
no final da manhã da inauguração
de uma fábrica de calçados em
Amargosa (231 km de Salvador).
Políticos ligados a ACM consideram que a afirmação do senador baiano é uma resposta à entrevista concedida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso
anteontem em Lima (Peru).
Na entrevista, FHC disse que a
pobreza não pode ser erradicada
em "um passe de mágica", em referência à proposta do presidente
do Congresso de criar um imposto contra a miséria.
"Ele (ACM) não conseguiu,
nem eu", disse o presidente. Ontem, Antonio Carlos Magalhães
voltou a dizer que não quer ser o
"pai do projeto" que pretende
acabar com a miséria no Brasil.
"É claro que eu não quero ser o
pai da idéia. Agora, o que eu não
quero ser mesmo é o pai dos ricos", acrescentou.
ACM disse que o presidente
Fernando Henrique Cardoso
também quer acabar com a pobreza no Brasil.
"Vou procurar o presidente para discutir a criação de um fundo
para financiar medidas de combate à pobreza", afirmou.
Para o senador, até o final do
ano o esboço do projeto de combate à pobreza deverá estar concluído. "Também vou ouvir a opinião de todos os líderes oposicionistas para concluir o projeto."
Antonio Carlos Magalhães afirma que a proposta de criar um
fundo contra a pobreza não é uma
estratégia de marketing para o
eventual lançamento de sua candidatura à sucessão de FHC.
Minuta do projeto
Na próxima terça-feira, quando
retorna às suas atividades no
Congresso, Antonio Carlos Magalhães analisará a minuta do
projeto que solicitou à assessoria
jurídica do Senado.
Durante a visita às instalações
da fábrica Daiby em Amargosa,
Antonio Carlos Magalhães disse
que "somente um doente pode
ser contra a diminuição da pobreza no Brasil".
Antes de conhecer as instalações da fábrica, ACM fez um rápido discurso de improviso.
Sem citar nomes, criticou o governador Mário Covas (PSDB-SP) e alguns setores empresariais
de São Paulo, que defenderam o
veto aos incentivos fiscais concedidos pelo governo para a instalação da fábrica da Ford em Camaçari (região metropolitana de Salvador).
"Se os paulistas se zangam, azar
deles. Se quiserem, podem trabalhar na Bahia que nós os receberemos de braços abertos", disse,
acompanhado pelo governador
César Borges (PFL).
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: FHC discute prioridades no Congresso Índice
|