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Governo não vai recuar, diz Pimenta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo não vai voltar atrás
na decisão de retirar do Orçamento as obras consideradas irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas
da União). A afirmação foi feita
ontem pelo ministro Pimenta da
Veiga (Comunicações).
Questionado se o governo poderia rever essa decisão diante das
críticas de alguns parlamentares e
até mesmo de alguns ministros,
Pimenta da Veiga respondeu negativamente. "Não. Quando há
dúvida, é preciso apurar, não apenas pelo exemplo recente do TRT
de São Paulo, mas porque essa é a
melhor regra", afirmou.
Para Pimenta da Veiga, não há
motivos para preocupação porque, se a obra estiver correta, vai
receber os recursos. "Acho que
ninguém deve se preocupar. É só
não pesar dúvidas sobre a obra
que ela seguirá normalmente. Na
dúvida precisamos apurar", disse.
O ministro Fernando Bezerra
(Integração Nacional) disse ontem que, antes de cortar as verbas
de determinada obra, o governo
precisa apurar a origem da irregularidade. O ministro lembrou o
caso do açude Castanhão, no Ceará, que teve de ser reconstruído
por causa de uma falha geológica.
O governador de Sergipe, Albano Franco (PSDB), defendeu ontem que os governadores tenham
a oportunidade de explicar as irregularidades apontadas pelo
TCU antes do corte das verbas.
Com a reação contrária aos cortes, o governo está estudando
uma forma de liberar recursos para as obras que não constem na lei
orçamentária. O mecanismo tem
o objetivo de reincluir as obras
consideradas irregulares no Orçamento à medida em que elas forem regularizadas. Nos últimos
quatros anos o governo federal liberou recursos para 121 obras
com indícios graves de irregularidades apontados pelo TCU.
Pimenta da Veiga também respondeu às críticas de membros
do TCU que reagiram ao pacote
de medidas lançado pelo governo
para garantir um maior controle
dos gastos e extinguir os tribunais
de contas dos municípios.
"Acho que não se deve levantar
nenhuma questão sobre o conjunto de propostas anunciadas
pelo presidente. O ideal é que cada um cumpra a sua parte, ou que
apresente uma idéia melhor", disse Pimenta da Veiga.
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