São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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CAMPANHA

Sem citar nomes, diz que tucano "está mentindo" e petista é inexperiente

Ciro ataca Serra e Lula, após condenar "agressividade"

LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A RIO VERDE (GO)

O presidenciável Ciro Gomes (PPS) condenou ontem, em comício em Rio Verde (GO), a "agressividade" e o "ódio" dos seus adversários no horário eleitoral gratuito, mas acabou atacando José Serra (PSDB) -a quem acusou de estar "mentindo", sem citá-lo nominalmente.
"Vocês vêem a agressividade, o ódio com que eles me atacam. Mas nenhum deles, nem uma vez, levantou uma palavra sequer contra a minha honestidade, contra a forma correta de resolver os problemas do povo", afirmou.
Ciro disse que o horário eleitoral foi tomado por "promessas falsas" que "insultam a dignidade do povo". "Um dos meus ilustres adversários, talvez por inexperiência -porque ele pelo menos eu sei que é honesto-, está prometendo criar 10 milhões de empregos. O outro, que sei que está mentindo, está prometendo criar 8 milhões." Referia-se respectivamente a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao candidato tucano.
"Isso é uma indignidade que eu não tenho coragem de fazer. O que posso lhes prometer é uma vida limpa", disse, num comício relâmpago, após carreata. A namorada de Ciro, Patrícia Pillar, foi muito saudada pelos eleitores.
O candidato foi recebido pelo prefeito Paulo Roberto Cunha (PTB), principal líder da Frente Trabalhista no Estado. Cunha foi o coordenador da campanha de Fernando Collor de Mello no Estado em 1989.
Questionado sobre possíveis semelhanças entre Collor e Ciro, Cunha afirmou que os dois são "afirmativos, decididos", mas acrescentou que "Ciro soube coordenar melhor os apoios políticos, o que faltou a Collor".

Mato Grosso
Em comício em Rondonópolis (MT) para cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores, Ciro voltou a citar a "inexperiência" de Lula: "Quem promete criar 10 milhões de empregos, como um dos meus adversários, não entende nada do que está falando".
E lembrou a epidemia de dengue ocorrida no início do ano, quando Serra ainda era ministro da Saúde: "Epidemias medievais estão voltando com toda a força", afirmou, citando, além da dengue "em centros urbanos", a "malária no Norte" e o "cólera no Nordeste". Anteontem Serra chamara Ciro de "governador do cólera".
O candidato a governador pelo PPS Blairo Maggi, um dos maiores sojicultores do país, acompanhou Ciro. Durante o evento, o presidenciável não quis assinar a "Carta da Produção", apresentada por produtores de grãos, que enumera medidas para aumentar a produção. "Não assinei hoje porque tenho que ler", disse.
Patrícia Pillar, que inicialmente não iria falar no comício, acabou dando uma declaração no final. A namorada afirmou ter "certeza de que o Ciro vai empenhar toda a sua energia para trabalhar pelas pessoas carentes". E pediu: "Votem no Ciro, que ele é um cara muito bacana".
À noite, em Cuiabá, o presidenciável disse em comício: "Não esperem milagres. Essa gente desarrumou totalmente a casa". Segundo Ciro, seriam necessários cerca de seis meses para arrumá-la.


Colaborou JULIA DUAILIBI, Enviada Especial a Rondonópolis (MT)

A repórter JULIA DUAILIBI e o repórter fotográfico LUIZ CARLOS MURAUSKAS viajaram de Rondonópolis a Cuiabá a convite da campanha de Ciro Gomes




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