São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004 |
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CASO BANESTADO Tucano afirma que, sob o comando de José Dirceu, comissão criou um banco de dados sobre empresários PT passou do limite legal em CPI, diz Tasso
KENNEDY ALENCAR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse ontem que a retomada do crescimento econômico, "que não é nada brilhante porque o ano passado foi muito ruim", leva o governo Luiz Inácio Lula da Silva a "botar as unhas de fora e querer atropelar todo mundo para impor de forma autoritária as suas visões". Tasso afirmou que discursará hoje ou amanhã da tribuna do Senado a respeito da interpelação judicial movida pelo PT para que confirme declarações sobre o tesoureiro petista, Delúbio Soares. Tasso disse que o PT e autoridades do governo "não ajudam ao tentar sempre criar um clima de guerra". Disse que "mais grave" do que suas declarações sobre Delúbio seria "o que o governo fez na CPI do Banestado". "Ninguém duvida que, sob o comando do Zé Dirceu [ministro da Casa Civil], a CPI do Banestado montou um banco de dados sobre empresários, passando dos limites legais", afirmou. "Roubalheira" No início do mês, o tucano disse que poderia haver suposta "roubalheira" caso o projeto das PPPs (Parcerias Público-Privadas) fosse aprovado no Senado sem modificações. E emendou: "Para o Delúbio deitar e rolar". Tasso disse que confirmará suas declarações, mas que as fará com "argumentação jurídica" e somente depois de ler a interpelação que o PT encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal). De acordo com Tasso, a interpelação para que confirme declarações sobre Delúbio Soares será um "tiro pela culatra". "Eles querem proibir o debate sobre o Delúbio, mas vão é arrastá-lo para o centro do debate." Tasso afirmou que disse ao senador Tião Viana (PT-AC) que, sem mudanças, o PPP permitiria "roubalheira" e que depois falou "para o Delúbio deitar e rolar". "Arrecadador" "O "deitar e rolar" não significa acusação de "roubalheira'", disse Tasso à Folha, numa evidência de que já utiliza argumentação jurídica para responder à interpelação. Segundo o senador tucano, Delúbio se assume como "arrecadador, e é estranho o PT querer proibir que se fale dele". Tasso Jereissati disse que o PT, quando era oposição, fez críticas "muito mais duras" aos tucanos. "É abominável o que falaram do Eduardo Jorge [ex-secretário-geral da Presidência], do Ricardo Sérgio [ex-diretor do Banco do Brasil e arrecadador de recursos em campanhas tucanas] e do Sérgio Motta [morto em 1998, ex-tesoureiro de campanhas do PSDB e ministro das Comunicações no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso]." Ética Segundo Tasso, Eduardo Jorge, Ricardo Sérgio e Sérgio Motta foram publicamente acusados por petistas de falta de lisura ética e até de corrupção. Dizendo que sempre teve relação cordial com Lula até o ano passado, primeiro ano do governo do petista, o senador Tasso Jereissati se declarou "decepcionado" com o presidente. "No governo dele, há sempre gente disposta a acirrar os ânimos", afirmou, numa referência a Dirceu e "outros petistas". "Essa onda que estão fazendo em cima de mim [interpelá-lo judicialmente] é para intimidar a oposição e aprovar o que o governo quer no Congresso sem discussão. Isso é muito ruim. O caminho da humildade e da negociação seria melhor para o país", afirmou o senador tucano. Texto Anterior: Janio de Freitas: 24 de agosto Próximo Texto: Frase Índice |
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