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CPI convoca chefe-de-gabinete de Palocci e adia depoimento de Buratti
LUIZ FRANCISCO
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
A CPI dos Bingos decidiu ontem convocar o chefe-de-gabinete
do ministro Antonio Palocci Filho
(Fazenda), Juscelino Antonio
Dourado, para depor. O advogado Rogério Tadeu Buratti, ex-assessor de Palocci, não vai depor
hoje como estava previsto, informou o relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).
Dourado foi padrinho de casamento de Buratti, com quem trocava telefonemas em 2004 e 2003.
Segundo a CPI, há a suspeita, baseada em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, de que Buratti
ligava para o chefe-de-gabinete
intermediando encontros entre
empresários e o ministro em um
esquema de tráfico de influência.
Um e-mail divulgado pela revista "Veja" apontou que Dourado
teria pedido a Buratti a compra de
equipamentos de escutas para Palocci. O ministro disse, em entrevista coletiva no domingo, que a
história é um absurdo.
Os senadores investigam ainda
se Buratti atuou como lobista no
Ministério da Fazenda para assegurar, em abril de 2003, a renovação de um contrato da GTech
com a Caixa Econômica Federal
no valor de R$ 650 milhões.
Buratti, ex-secretário da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) em
1993 e 1994, quando Palocci era
prefeito, está deprimido e sob
efeito de tranqüilizantes, disse
Garibaldi. Essa, segundo o senador, foi a informação passada pelo advogado Roberto Telhada.
Ainda segundo o senador, Buratti se comprometeu, por meio
do advogado, de "fazer o possível" para depor amanhã.
Com relação a Dourado, não há
data para o depoimento. "Somente depois de colhermos o depoimento de Juscelino Dourado é
que vamos decidir se o ministro
Antonio Palocci será convocado
ou não para prestar depoimento",
disse o senador Efraim Morais
(PFL-PB), presidente da CPI.
A Folha tentou falar com Dourado. O celular estava programado para não receber chamada e e
assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou que o
chefe-de-gabinete não estava no
ministério à tarde.
Garibaldi disse que na segunda-feira uma auxiliar de Buratti havia
sido notificada sobre a convocação em Ribeirão Preto. Ontem, o
senador pediu à PF que localizasse Buratti. No fim da tarde, a PF
notificou o advogado Roberto Telhada, que defende Buratti, informou o presidente da CPI.
Telhada se reuniu a portas fechadas com os integrantes da CPI
e disse que o cliente "não tem condições psicológicas" para depor
hoje. Sem apresentar atestado
médico, disse que Buratti "está
sob medicamentos" e pediu para
o seu depoimento ser adiado para
a próxima semana -os integrantes da CPI não concordaram.
"Ou ele vem amanhã (hoje) ou
vem na quinta-feira (amanhã)",
disse Efraim Morais. Caso Telhada insista no adiamento, a CPI, segundo Garibaldi, vai determinar
que uma junta médica avalie as
condições de Buratti.
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