Sindicato questiona indicação para fundo de pensão

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A Eletronuclear abriu uma crise no fundo de pensão Nucleos, dos empregados das estatais da área nuclear -INB (Industrias Nucleares do Brasil), Nuclep e a própria Eletronuclear- ao indicar para presidente da entidade o assessor da diretoria Guilherme Camargo.
Ex-diretor da INB, Camargo é identificado como sendo do grupo político do ex-secretário de Comunicação do PT Marcelo Sereno e do ex-presidente da Eletronuclear e do Nucleos, Paulo Figueiredo, ligado ao PC do B. A assessoria da Eletronuclear informou que Camargo só falará depois de empossado na presidência. A estatal também não quis se manifestar.
O Nucleos esteve no noticiário em 2005 por causa dos prejuízos sofridos com aplicações financeiras malsucedidas. Figueiredo presidiu o Nucleos de agosto de 2003 a abril de 2005, quando se afastou para assumir a presidência da Eletronuclear, e responde a várias ações judiciais movidas pelo Nucleos para reparação de perdas.
A legislação que regula os fundos de pensão das estatais diz que a escolha da diretoria é prerrogativa do Conselho Deliberativo, que é composto por três membros indicados pelos empregadores e três eleitos pelos empregados. O presidente do conselho, nomeado pelos empregadores, tem voto de minerva, em caso de empate.
No dia 6, os conselheiros haviam nomeado como presidente interino, Luiz Levy Cardoso, integrante do comitê consultivo de investimentos do Núcleos. Na semana passada, porém, o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, recomendou a nomeação de Camargo. O presidente do Conselho Deliberativo, Norman Hime, que não quis falar ao jornal, convocou reunião para o dia 1º para votar a proposta.
Ontem, houve uma manifestação em frente à portaria da estatal, no centro do Rio. Sindicalistas questionaram a indicação feita pela empresa, ""à revelia dos associados"".


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