São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Nem vem

Preocupados com a situação de seu candidato em São Paulo, cardeais do PSDB estão procurando seus pares do DEM para, com todo o cuidado possível, tentar vender o seguinte peixe: é Geraldo Alckmin, e não Gilberto Kassab, o provável adversário de Marta Suplicy no segundo turno. Portanto, segundo o raciocínio tucano, seria o caso de fazer algum tipo de jogo combinado para não fortalecer demais a petista.
Os "demos" não reagiram bem à abordagem dos parceiros de oposição. Rejeitaram a tese de que Kassab está fora do segundo turno e, mais ainda, a idéia de transformar sua campanha em linha-auxiliar da de Alckmin. Jorge Bornhausen, um dos procurados, foi taxativo: "Não há o que conversar neste momento".

Road show 1. Aécio Neves pretende se licenciar do governo de Minas a partir do dia 15 para dedicar duas semanas às eleições. Além de bater ponto na campanha de Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte, quer percorrer as regiões Norte e Nordeste.

Road show 2. A idéia de Aécio é subir nos palanques em cidades onde os tucanos sejam competitivos, como Salvador, São Luís e Teresina. O objetivo é angariar apoios no partido e começar a combater um dos pontos fracos para 2010: o fato de ser pouco conhecido fora de Minas.

Escudo humano. Com a decisão de Lula de não ir a praças eleitorais onde haja bola dividida, quem enfrenta a ira de aliados preteridos é o ministro José Múcio. O responsável pela articulação política está sendo acusado de "esconder" o presidente para evitar cizânia na base aliada.

Share. Dilma Rousseff (Casa Civil) foi aconselhada por Lula a priorizar a participação nas campanhas com boa dose de sucesso eleitoral. Assim, disse o presidente, a ministra ajuda o candidato, mas trata do mais importante: alavancar o seu próprio nome para daqui a dois anos.

Bolsa-campanha. Patrus Ananias é outro citado como presidenciável que está com o bloco na rua. O ministro do Desenvolvimento Social percorre neste fim de semana quatro Estados do Nordeste, com custos pagos pelo PT.

Plumagem. Aliado ao PSDB no Rio, Fernando Gabeira (PV) chamou Edmar Bacha, um dos pais do Real, e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central na era FHC, para elaborar seu programa de governo para a economia. Eles ainda não responderam, mas as conversas vão bem.

Cinema paradiso. A campanha de Luizianne Lins (PT) montou telão itinerante para exibir o programa de TV da prefeita cada dia num bairro de Fortaleza. Junto com a sessão, a militância faz bandeiraço e distribui material.

Mordaça. Antonio Imbassahy (PSDB) conseguiu liminares para que duas rádios sejam proibidas de mencionar seu nome em Salvador. O tucano alegou que as rádios Metrópole e Nova Salvador faziam campanha difamatória.

Para lembrar. O DEM vai bater na tecla de que o PT foi contra a quebra do monopólio estatal do petróleo, modelo que teria propiciado a descoberta dos campos da camada pré-sal. É a forma de reivindicar um quinhão na atual corrida do ouro negro.

Pressa. O PMDB da Câmara definiu para 8 de outubro a data para oficializar a candidatura de Michel Temer (SP) à presidência da Casa. Os aliados do presidente da sigla querem neutralizar de vez adversários internos da bancada e os senadores da legenda, que hesitam em abrir mão da candidatura na Casa vizinha.

Cadê?. A CPI das ONGs deu ultimato no Ministério do Desenvolvimento Agrário e no Incra para que enviem dados de convênios solicitados há três meses em requerimento de Sérgio Guerra (PSDB-PE).

Tiroteio

"Para o bem do Brasil, o Supremo editou uma súmula que diz aos políticos o que a sociedade já sabe: no serviço público, parente é serpente."


Do filósofo ROBERTO ROMANO, professor de ética na Unicamp, sobre a decisão do STF que proibiu o nepotismo na administração pública.

Contraponto

Sal grosso

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, conversava com jornalistas e assessores sobre a viagem que fará nesta semana a Denver para assistir à convenção destinada a homologar a candidatura do democrata Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos.
-Senador, o senhor viu que o McCain passou o Obama nas pesquisas-, comentou um auxiliar.
Pego de surpresa, o pernambucano brincou:
-Ah, então eu acho que não vou mais...
E completou o desabafo:
-Não agüento mais ver meus candidatos perderem. Desse jeito vão dizer que sou pé-frio...


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