São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2000

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SÃO PAULO
Embolados em segundo, Tuma cresce quatro pontos e vai a 13%, Erundina pára em 12%, Maluf e Alckmin oscilam e têm 12% e 10%, respectivamente; Marta lidera com 35%
A 7 dias do pleito, vices mudam de posição

FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO

Romeu Tuma (PFL) cresceu quatro pontos percentuais na disputa pela Prefeitura de São Paulo, chegou a 13% e embaralhou ainda mais a disputa pelo segundo lugar, conforme dados de pesquisa Datafolha realizada anteontem.
Luiza Erundina (PSB) e Paulo Maluf (PPB) empatam em 12%. Erundina ficou onde estava em relação ao último levantamento, feito em 15 de setembro. Maluf oscilou dois pontos para baixo, pois estava com 14%.
Geraldo Alckmin (PSDB) está com 10%. Oscilou um ponto para menos. Tinha 11% no dia 15.
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Há empate técnico entre os quatro segundos colocados. Mesmo Alckmin, com 10%, pode estar entre 7% e 13%, sobrepondo-se parcialmente à faixa ocupada por Tuma (de 10% a 16%).
Essa é a disputa mais acirrada pelo segundo lugar numa eleição paulistana desde que as capitais de Estado voltaram a ter eleições diretas para prefeito, em 1985.
Marta Suplicy (PT) segue isolada na liderança. Nesta pesquisa, oscilou positivamente de 32% para 35%. Com este cenário, haverá segundo turno porque a petista não tem 50% mais um dos votos válidos (leia texto nesta página).
Desde 11 de maio a disputa em São Paulo não tem um candidato isolado no segundo lugar. Naquela data, Erundina chegou a 25%. No final de maio, recuou para 17% e ficou empatada com Maluf, que tinha 15%.
O empate quádruplo começou a se consolidar em agosto, quando Tuma e Alckmin passaram a subir nas pesquisas.
O pefelista e o tucano estiveram meses empacados na faixa de 6% e 3%, respectivamente.
Em 29 de agosto ocorreu na pesquisa Datafolha um resultado semelhante ao que é publicado hoje. Alckmin e Maluf tinham 13%. Erundina, 12%, e Tuma, 10%.
Tuma, que agora está numericamente à frente dos outros três, ganhou pontos em quase todos os segmentos do eleitorado. Só ficou estacionado em dois grupos: eleitores com renda superior a 20 salários mínimos e os que têm nível de escolaridade superior.
Seu melhor desempenho é entre eleitores do PMDB, sigla que o apóia. Tuma tem 25% das intenções de voto dos peemedebistas.
Há apenas hipóteses para essa subida de Romeu Tuma, o único candidato a variar acima da margem de erro nesta pesquisa.
Uma delas é que seu principal mote de campanha, a segurança pública, esteve em evidência no noticiário de TV da cidade e foi usado por ele no horário eleitoral gratuito. Um motorista de ônibus foi baleado na nuca e morreu na madrugada de quinta-feira em São Paulo.
O autor do disparo foi um rapaz de 17 anos. Ao informar o cobrador que estava praticando um assalto, irritou-se ao saber que havia apenas R$ 7 no caixa. Atirou nas costas do cobrador, que sobreviveu. Mas o tiro dado no motorista foi fatal. Motoristas e cobradores protestaram contra a falta de segurança no trabalho anteontem. Um pedido que se encaixa no refrão repetido por Tuma há meses.
Na propaganda eleitoral, Tuma estreou o publicitário Chico Santa Rita. Nesta semana, reprisou várias vezes cena em que Tuma diz: "Segurança para mim é não é problema. Se precisar ir para a rua pegar bandido, a gente vai".
Além disso, como o pefelista estava numericamente na posição de quarto segundo colocado, foi menos atacado do que os outros candidatos nos últimos dias.
Esse fenômeno de ser poupado de ataques ocorreu com Erundina no início do mês. A maioria das críticas visou Alckmin, que estava na ponta dos quatro vice-líderes.
Alvejado, Alckmin recuou de 16% (no dia 1º) para os atuais 10%. Nesse hiato em que foi poupada, Erundina oscilou de 11% (no dia 12) para 12% (no dia 15), permanecendo nesse patamar. Diante disso, é possível supor que nesta última semana de campanha Maluf, Erundina e Alckmin se voltem contra Tuma.


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