São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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PAINEL

Linha direta
Marcelo Teixeira, ex-marqueteiro da administração Marta Suplicy (PT) e atual de Paulo Maluf (PP), não passa um dia sem trocar telefonemas com gente da campanha da prefeita.

Superdosagem
O apoteótico final do programa de Maluf levado ao ar anteontem, no qual um paraplégico cobra dinheiro que José Serra supostamente lhe deveria, poderá ser congelado em outdoors.

Viagens de Gulliver
Pregado no solo dos dois dígitos de intenção de voto, Maluf ganhou o apelido de "nanicão". Maior que nanico. Menor que seu patamar histórico na cidade.

Casa de marimbondo
Nem bem Lula se desculpou pelo estrago da última visita a São Paulo, já existe no governo quem tente convencê-lo a baixar na cidade amanhã para a abertura da Bienal. Marta estará lá.

Ninguém notou
De um integrante da cúpula petista sobre o veto de Lula às férias dos ministros: "Melhor assim. Havia risco de alguém concluir que eles não fazem falta".

De olho no manual
Apesar do veto presidencial, o PT continua a agendar viagens para os ministros da sigla. Segundo afirma, somente fora do horário de expediente.

Indigestão
Concebido para ajudar Cesar Borges em Salvador, o jantar Lula-ACM pode ser considerado o mico da temporada. Depois dele, o pefelista viu o adversário João Henrique (PDT) abrir 13 pontos de vantagem.

Tô fora
Os deputados Chico Alencar e Antonio Carlos Biscaia, do PT do Rio, ofereceram a colegas do PSDB, PFL, PSB e PPS a co-autoria do projeto que impede o registro de candidatos processados. Ninguém se interessou.

De olhos fechados
Teve dedo do Planalto na decisão da Anatel de obrigar a Previ a sair do bloco de controle ou da Oi ou da Telemig (o fundo de pensão escolheu ficar na segunda). A idéia é sinalizar a investidores que assuntos relativos ao marco regulatório serão examinados de maneira "técnica".

Inconformado
Do deputado Ivan Valente, da esquerda petista, sobre a decisão governamental de aumentar a meta de superávit primário para 4,5% do PIB: "É impressionante que uma barbaridade dessa obtenha consenso no governo e docilidade da direção do PT".

CFJ do B
O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT), recebeu correspondência dando conta de que já existe, registrado em cartório, um Conselho Federal dos Jornalistas do Brasil. Seu escritório fica no Núcleo Bandeirante (DF).

Via rápida
A Assembléia Legislativa de Alagoas aprovou, depois de um único dia de tramitação, o acordo firmado entre o governador Ronaldo Lessa (PSB) e usineiros do Estado para o pagamento de dívidas de ICMS.

A conferir
O acordo poderá colocar fim a uma disputa judicial de quase 16 anos e representar uma entrada de R$ 450 milhões no Tesouro de Alagoas em um prazo de 15 anos. Basta que os usineiros paguem o que foi combinado.

Visita à Folha
Philippe Prufer, presidente da Eli Lilly Brasil e Cone Sul, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Devaney Baccarin, diretor de Negócios em Diabetes e Assuntos Corporativos, de Ana Silvia Milled Maciel e de Regina C. Rocha de Cunto, assessoras de imprensa e sócias-diretoras da Rumo Comunicação Empresarial.

TIROTEIO

Do líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), sobre a censura do Planalto ao discurso no qual Lula pediu votos para Marta Suplicy durante inauguração de obra em São Paulo:
-Ele fez besteira, reconheceu e aplicou o antídoto para não ser incomodado pela Justiça Eleitoral. São lances de uma estratégia de morde-e-assopra.

CONTRAPONTO

Sem mágoas

Jovem advogado em Minas Gerais nos anos 30, Tancredo Neves (1910-1985) foi contratado como assistente da acusação pela família de uma mulher assassinada pelo marido em Entre Rios. Após um julgamento em que ele teve atuação inflamada, o réu foi condenado a longo período de encarceramento.
Duas décadas depois, em campanha para se eleger deputado, Tancredo voltou à cidade e aproveitou para ir à barbearia.
Instalado na cadeira, ouviu do barbeiro, de navalha em punho:
-O sr. não é Tancredo Neves?
Diante da resposta afirmativa, o barbeiro contou sua história:
-Pois eu fui o réu naquele famoso julgamento de que o sr. participou aqui na cidade.
Lívido, Tancredo quis saltar da cadeira, mas acalmou-se diante do que ouviu:
-Nunca esqueci de seu discurso. Foi brilhante! E eu sei dar valor a um grande orador.


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