São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Na berlinda

Ameaçado pela possível denúncia da Procuradoria Geral da República e em situação delicada entre os seus colegas de PSDB, o senador Eduardo Azeredo, personagem central do caso do valerioduto mineiro, deve ganhar nova dor de cabeça nos próximos dias.
O PSOL, que inundou a Mesa do Senado com representações contra Renan Calheiros (PMDB-AL), já pediu dados à Polícia Federal a fim de embasar um pedido de investigação na Casa contra o tucano. Os dirigentes do partido terão reunião nesta semana para definir sua estratégia de ação. Dizem que não podem cometer de novo o erro de fazer uma representação "fraca", como ocorreu, avaliam, em duas de quatro acusações contra o presidente do Senado.

Para o ano. De um membro da Mesa, sobre as chances de Renan Calheiros (PMDB-AL) apoiar o acordo para priorizar a votação à emenda do voto aberto em processos de cassação: "Esqueça. Renan se atraca com 20 em plenário, mas não põe para votar".

Da casa. Um dos advogados com quem o presidente do Senado conversa para que assuma o posto de Eduardo Ferrão em sua defesa nos processos internos da Casa e, principalmente, no Supremo, caso seja denunciado, é Maurício Correa, ex-ministro da Corte.

Vacina. O discurso que mais preocupa governistas do Senado é o de que a votação da CPMF será tira-teima: o apoio à prorrogação do imposto seria sinônimo de voto pela absolvição de Renan. "Uma votação não tem nada a ver com a outra", adianta-se Ideli Salvatti (SC), líder do PT.

No laço. No esforço para aprovar o quanto antes a prorrogação da CPMF, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), enviou pela segunda semana seguida telegrama aos deputados apelando para que compareçam, já pela manhã, às sessões de terça, quarta e quinta-feira.

Assim não. Presidente do PMDB, Michel Temer levará à direção do partido, amanhã, nota de repúdio às mais recentes declarações de Hugo Chávez contra o Congresso. O texto dirá que tudo bem a Venezuela ingressar no Mercosul "como Estado, mas não a Venezuela de Hugo Chávez".

Álibi. Governistas da CPI do Apagão Aéreo têm pronta resposta para uma das principais demandas da oposição, que é o pedido de indiciamento de todo o comando da Anac. Leur Lomanto e Josef Barat não depuseram na comissão, por isso não poderiam ser apontados como suspeitos de qualquer irregularidade sem terem direito de defesa.

Desde crianças. O ministro Geddel Vieira Lima (Integração) e o deputado Walter Pinheiro, da esquerda petista, viraram aliados inseparáveis na Bahia desde que o peemedebista se alinhou às hostes governistas. A idéia da dupla é fazer dobradinha para o Senado em 2010, com o apoio do governador Jaques Wagner.

Receita. Na tentativa de recuperar a popularidade perdida e conseguir sua reeleição, João Henrique (PMDB) tirou do armário o figurino "fiscal da cidade", que tanto sucesso fez na campanha de três anos atrás em Salvador. O prefeito da capital baiana passou a investir pesado em propaganda.

Foi mal. A pedido da família de Oscar Maroni, Eduardo Suplicy (PT-SP) entregou a Gilberto Kassab (DEM) carta em que o dono do Bahamas, acusado de explorar prostituição, pede desculpas ao prefeito, a quem criticou após ter sua boate fechada pelo fato de a altura do prédio interferir nos pousos em Congonhas.

Embate. O ex-Campo Majoritário do PT, agora chamado de Construindo um Novo Brasil, decidiu ontem apoiar Zico Prado na disputa pela presidência diretório paulista do partido. Deputado estadual, Prado é da corrente Novo Rumo, ligada à ministra Marta Suplicy (Turismo).

Tiroteio

Ministro da Fazenda tem de convocar rede nacional de TV para sinalizar rumos da economia ou para tentar debelar crises. O que Mantega fez foi propaganda enganosa.


Do deputado federal PAULO BORNHAUSEN (SC), vice-presidente do DEM, sobre o pronunciamento em rede nacional feito por Guido Mantega na sexta-feira para defender a prorrogação da CPMF.

Contraponto

Mal-agradecidos

Conhecido por distribuir entre os colegas biscoitos fabricados por sua empresa, Sandro Mabel (PR-GO) repetiu a oferta na semana passada, durante a longa sessão na qual a CPMF foi aprovada em primeiro turno na Câmara. No dia seguinte, porém, ele anunciou o fim da cortesia.
-Mas por quê?-, indagou, decepcionado, Chico Alencar (PSOL-RJ), que na véspera se socorrera do lanchinho.
-Está dando muita confusão. O pessoal da comissão de tributação quer saber se tem nota fiscal, o da saúde, se tem gordura trans, a turma da defesa do consumidor pergunta o prazo de validade. E isso porque é tudo de graça!


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