São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2007

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CASO CACCIOLA

Justiça de Mônaco terá papéis na próxima semana, diz Tarso

Pedro Dias Leite/Folha Imagem
EM MÔNACO Prisão onde Salvatore Cacciola espera pela decisão da Justiça de Mônaco; Tarso Genro chega hoje ao país para solicitar a extradição sem ter papel exigido pelo principado

PEDRO DIAS LEITE ENVIADO ESPECIAL A MÔNACO

O ministro da Justiça, Tarso Genro, chega hoje a Mônaco com alguns documentos do caso Salvatore Cacciola, mas sem o principal pedido da Justiça local: as 552 páginas da sentença de condenação do ex-banqueiro.
Tarso promete que a documentação será entregue até o dia 3 de outubro (quarta-feira da próxima semana), dois dias antes do fim do primeiro prazo para a entrega da sentença traduzida. O governo brasileiro tem 20 dias, prorrogáveis por mais 20, para entregar a documentação. Senão, Cacciola é solto.
O ministro chega a Mônaco às 10h (5h em Brasília). Seu primeiro compromisso é às 15h, quando terá uma reunião com o diretor-geral da Justiça de Mônaco, Philippe Narmino, e depois com a procuradora-geral do principado, Annie Brunet-Fuster.
Tarso trouxe na bagagem uma cópia traduzida da denúncia do Ministério Público, os dois mandados de prisão contra Cacciola, documentos de identificação do ex-banqueiro, um resumo da sentença, traduzido para o francês, a lei brasileira que sustenta a condenação, também traduzida, e a íntegra da sentença, mas em português.
Brunet-Fuster precisa da sentença traduzida para fazer uma espécie de dossiê que será enviado à Corte de Apelações de Mônaco, que definirá o destino de Cacciola. Se a decisão da Corte for contrária ao banqueiro, chega ao príncipe Albert 2º, que deve ratificar a decisão.
Tarso disse que a viagem tem o objetivo de reforçar "pessoalmente o interesse do governo brasileiro no pedido de extradição de Salvatore Cacciola, salientando o dever de solidariedade dos Estados contra o crime e com base na oferta de reciprocidade de tratamento".
Ele também deve ressaltar a "importância da manutenção da prisão preventiva decretada pela Justiça de Mônaco". Cacciola fugiu do Brasil para a Itália em 2000, depois de conseguir um habeas corpus do STF. Ficou sete anos foragido, até ser preso quando passeava em Mônaco no dia 16 deste mês.
Cacciola era dono do banco Marka e foi condenado a 13 anos de prisão, em 2005, pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira no mercado brasileiro e peculato (usar o cargo para apropriação ilegal de dinheiro). O governo brasileiro teve um prejuízo de R$ 1,6 bilhão no episódio, quando injetou dinheiro no Marka e no banco FonteCindam sob a justificativa de evitar uma crise de todo o sistema bancário.


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