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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Para Kassab, Alckmin mudou discurso e está "muito nervoso"
Prefeito usa ironia ao responder pela primeira vez às críticas de adversário tucano
Kassab defende secretário tucano Clóvis Carvalho, que pode ser expulso do PSDB após ter chamado candidato
do partido de "oportunista"
FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito e candidato à reeleição em São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), respondeu ontem pela primeira vez às críticas do tucano Geraldo Alckmin
e, ironicamente, disse que o adversário está "muito nervoso".
Na saída de evento em Heliópolis, na zona sul, Kassab foi
irônico, após ser informado das
afirmações de Alckmin na sabatina da Folha, quando chamou o prefeito de dissimulado.
"Quero dizer a vocês que
nosso candidato está muito
nervoso. No início da campanha ele estava diferente, com
um discurso diferente", afirmou Kassab, para depois
emendar:
"A pergunta que eu faço é:
"Será que ele está nervoso porque não está em segundo lugar
nas pesquisas, porque nós estamos ultrapassando ele nas pesquisas? Será que ele está tão
nervoso assim porque as pesquisas mudaram?"
Ele também defendeu seu
secretário de Governo, o tucano Clóvis Carvalho, que após
entrevista à Folha em que chamou Alckmin de oportunista
está sob ameaça de expulsão do
PSDB. "Clóvis Carvalho é um
excelente secretário, assim como outros quadros do PSDB."
Kassab participou da inauguração de seu comitê eleitoral
em Heliópolis, na zona sul.
As afirmações do deputado
federal José Aníbal (PSDB),
que disse em entrevista à Folha que os vereadores tucano-kassabistas foram "cooptados"
pelo prefeito, e que hoje eles
são "execrados" pelo partido,
causou revolta entre vereadores tucanos que apóiam Kassab. Eles pretendem entrar
com uma representação judicial contra o deputado. "Essa
insinuação é abominável. Gostaria que o deputado José Aníbal não me medisse com a régua dele", disse o líder tucano
na Câmara Municipal, vereador Gilberto Natalini.
Natalini afirmou que se sente
"pai" do atual governo e chamou a situação criada pelas
candidaturas separadas do
DEM e do PSDB de "surrealista". Natalini afirmou ainda que
os ataques de Alckmin a Kassab
e aos tucanos que apóiam o prefeito, feitos ontem em sabatina
na Folha, são prova de "destempero político".
O tucano Alexandre Schneider, secretário municipal de
Educação, defendeu a gestão
do prefeito. "O Kassab foi leal
como vice, leal como prefeito, e
continuou o programa de José
Serra", afirmou. Já o secretário
Walter Feldman (Esporte)
acusou Alckmin e aliados de
adotar uma "estratégia suicida
ou liquidacionista".
Alckmin, diz Feldman, "foi
avisado de que sua candidatura
dividiria o PSDB". "Geraldo
disse: "Não vou atacar a gestão
Kassab. Só vou falar de futuro".
O Geraldo diz coisa que não se
escreve. Está produzindo uma
cisão histórica no PSDB."
Feldman afirma ainda que,
quando alertado para o desconforto dos tucanos com assento
na prefeitura, Alckmin minimizou, alegando que a eleição
seria rápida.
O subprefeito de Vila Guilherme, Antonio Perosa, conta,
por exemplo, que consultou
Alckmin sobre sua permanência no cargo. Alckmin sugeriu
que não deixasse a prefeitura.
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