São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Para Kassab, Alckmin mudou discurso e está "muito nervoso"

Prefeito usa ironia ao responder pela primeira vez às críticas de adversário tucano

Kassab defende secretário tucano Clóvis Carvalho, que pode ser expulso do PSDB após ter chamado candidato do partido de "oportunista"


FERNANDO BARROS DE MELLO
CATIA SEABRA
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito e candidato à reeleição em São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), respondeu ontem pela primeira vez às críticas do tucano Geraldo Alckmin e, ironicamente, disse que o adversário está "muito nervoso".
Na saída de evento em Heliópolis, na zona sul, Kassab foi irônico, após ser informado das afirmações de Alckmin na sabatina da Folha, quando chamou o prefeito de dissimulado.
"Quero dizer a vocês que nosso candidato está muito nervoso. No início da campanha ele estava diferente, com um discurso diferente", afirmou Kassab, para depois emendar:
"A pergunta que eu faço é: "Será que ele está nervoso porque não está em segundo lugar nas pesquisas, porque nós estamos ultrapassando ele nas pesquisas? Será que ele está tão nervoso assim porque as pesquisas mudaram?"
Ele também defendeu seu secretário de Governo, o tucano Clóvis Carvalho, que após entrevista à Folha em que chamou Alckmin de oportunista está sob ameaça de expulsão do PSDB. "Clóvis Carvalho é um excelente secretário, assim como outros quadros do PSDB."
Kassab participou da inauguração de seu comitê eleitoral em Heliópolis, na zona sul.
As afirmações do deputado federal José Aníbal (PSDB), que disse em entrevista à Folha que os vereadores tucano-kassabistas foram "cooptados" pelo prefeito, e que hoje eles são "execrados" pelo partido, causou revolta entre vereadores tucanos que apóiam Kassab. Eles pretendem entrar com uma representação judicial contra o deputado. "Essa insinuação é abominável. Gostaria que o deputado José Aníbal não me medisse com a régua dele", disse o líder tucano na Câmara Municipal, vereador Gilberto Natalini.
Natalini afirmou que se sente "pai" do atual governo e chamou a situação criada pelas candidaturas separadas do DEM e do PSDB de "surrealista". Natalini afirmou ainda que os ataques de Alckmin a Kassab e aos tucanos que apóiam o prefeito, feitos ontem em sabatina na Folha, são prova de "destempero político".
O tucano Alexandre Schneider, secretário municipal de Educação, defendeu a gestão do prefeito. "O Kassab foi leal como vice, leal como prefeito, e continuou o programa de José Serra", afirmou. Já o secretário Walter Feldman (Esporte) acusou Alckmin e aliados de adotar uma "estratégia suicida ou liquidacionista".
Alckmin, diz Feldman, "foi avisado de que sua candidatura dividiria o PSDB". "Geraldo disse: "Não vou atacar a gestão Kassab. Só vou falar de futuro". O Geraldo diz coisa que não se escreve. Está produzindo uma cisão histórica no PSDB."
Feldman afirma ainda que, quando alertado para o desconforto dos tucanos com assento na prefeitura, Alckmin minimizou, alegando que a eleição seria rápida.
O subprefeito de Vila Guilherme, Antonio Perosa, conta, por exemplo, que consultou Alckmin sobre sua permanência no cargo. Alckmin sugeriu que não deixasse a prefeitura.


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