São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Para ontem

O resultado pouco animador obtido por Dilma Rousseff na mais recente pesquisa CNI/Ibope sobre a sucessão presidencial deu argumento a petistas que já faz algum tempo reclamam da excessiva centralização da campanha nas mãos de Lula. Aliados da ministra discutiam ontem a necessidade urgente de "estruturar uma equipe" para pôr o bloco na rua.
Outra preocupação é o próximo programa televisivo do PT, a ser exibido em dezembro. "Desta vez terá de ser só Dilma", defende um petista próximo da candidata. "No último deram espaço até para o Guido Mantega!". Tanto Ciro Gomes (PSB) quanto Marina Silva (PV) estrelaram programas partidários perto do período em que foi realizado o campo da pesquisa.



Nos astros. Embalado pelo Ibope, Ciro avaliava ontem, no cafezinho da Câmara, que: a) José Serra (PSDB) mostrou "ter um teto"; b) Dilma não decolou; c) Marina deve ultrapassar em breve os dois dígitos de intenção de voto, podendo até superar a petista.

Recorte. Ciro cresceu na fatia do eleitorado que considera o governo Lula ótimo ou bom. Foi aí que Serra caiu.

Armistício. Enquanto negocia o noivado com Dilma, o PMDB tenta aparar arestas com Ciro, algoz permanente do partido. O deputado Henrique Alves (RN) chamou o colega para uma conversa. "Se ele tem restrições a pessoas, não deve generalizar", diz.

Pombinhos. Diante da pressão do PMDB, Dilma concordou em assinar em outubro o "acordo pré-nupcial" com Michel Temer. Os dois aguardam a chegada do exterior de Lula, chamado pelos peemedebistas de "padre".

Alta ansiedade. Com a patinada de Serra, "demos" voltaram a defender que a chapa seja definida até o final do ano, algo de que o governador não quer nem ouvir falar.

Hora e local. De saída do PSDB, o vereador Gabriel Chalita assinará a ficha de filiação ao PSB, sigla pela qual disputará o Senado, na próxima terça, na sede do Sindicato dos Engenheiros. Presidente do partido, o governador Eduardo Campos (PE) confirmou presença.

Ao vivo. A TV Brasil decidiu mandar equipe de reportagem a Honduras para acompanhar o conflito em torno da embaixada brasileira.

In loco. Uma das funcionárias da embaixada é Isabel Cabral de Mello, filha do poeta João Cabral de Mello Neto (1920-99), que também foi diplomata de carreira.

Fair play. O sumiço de Sérgio Cabral (PMDB-RJ) dos debates sobre o pré-sal, deixando na fogueira o vizinho Paulo Hartung (PMDB-ES), deve-se ao fato de que o governador não quer criar nenhuma aresta com Lula às vésperas da decisão sobre a candidatura do Rio a sede da Olimpíada de 2014.

Fiadores. Em pé de guerra com Carlos Minc em razão do zoneamento ambiental, o governador André Puccinelli (PMDB-MS) teve o setor sucroalcooleiro, que expande o cultivo da cana Pantanal adentro, como principal financiador da campanha que o elegeu em 2006: R$ 1,4 milhão. Os usineiros ainda destinaram R$ 235 mil para o comitê do PMDB local.

Visitas à Folha. Antonio Carlos Valente da Silva, presidente do grupo Telefônica no Brasil, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Fabio Bruggioni, diretor-executivo do Segmento Residencial, Emanuel Neri, diretor de Comunicação Corporativa, e Maristela Mafei, sócia-fundadora do grupo Máquina.

Henrique Nelson Calandra, presidente da Associação Paulista de Magistrados, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ana Paula Prado, assessora de imprensa.



com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O quadro é doloroso, porque os escândalos já se incorporaram à paisagem. Em outros tempos, por muito menos, estariam todos na tribuna. Hoje, quem se indigna é exposto ao ridículo."

Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), sobre o silêncio dos colegas diante da revelação de conversa gravada na Operação Boi Barrica na qual Fernando Sarney diz empregar quem quiser no Senado.

Contraponto

Entre e fique à vontade

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado promovia anteontem sabatina com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, indicado para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas da União. Parlamentares se revezavam ao microfone para rasgar elogios ao petebista. Ao final de uma longa lista de inscritos, um prefeito pediu a palavra com ares de senador.
-Posso falar por 40 segundos?
Os integrantes da mesa se surpreenderam, mas Múcio explicou ao presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) que se tratava de um aliado. O peemedebista então assentiu:
-Ah, bom! Então pode falar mais, 40 segundos é pouco!


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