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Senado dá aval a salário de R$ 26,7 mil para Supremo
Reajuste de ministros reativa discussão de equiparação de subsídios dos Três Poderes
Salário dos ministros é teto do funcionalismo público; impacto de aumento nos cofres públicos é estimado em R$ 283 milhões anuais
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado deu ontem aval ao
aumento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal
Federal e do procurador-geral
da República de R$ 24,5 mil para R$ 26,7 mil.
A aprovação dos dois projetos na Comissão de Constituição e Justiça foi unânime. A decisão é terminativa, ou seja, se
não houver recurso ao plenário, na próxima semana o projeto segue para sanção do presidente da República.
O aumento aos magistrados
será feito de forma escalonada:
5% serão pagos a partir de setembro, e outros 3,88%, a partir
de fevereiro de 2010. Os valores
foram negociados diretamente
entre os presidentes da Câmara, deputado Michel Temer
(PMDB-SP), e do Supremo,
Gilmar Mendes, e também contaram com o aval do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
O reajuste deflagra um efeito
cascata no Judiciário e no Ministério Público. Consultores
da Câmara dos Deputados, onde os projetos foram aprovados
dia 9 de setembro, estimam que
o impacto nos cofres públicos
será de R$ 283 milhões anuais,
sendo R$ 189 milhões no Judiciário e R$ 94 milhões no Ministério Público.
O salário dos ministros do
STF é o teto do funcionalismo
público e serve de base para outras categorias. Ontem mesmo,
logo após a aprovação dos projetos, os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Wellington
Salgado (PMDB-MG) saíram
em defesa da equiparação dos
salários do Executivo e do Legislativo com o do Judiciário.
"O poder público deveria ter
a coragem de fazer a equiparação", disse Jucá. Salgado reclamou de "distorções" que precisam ser corrigidas, e como
exemplo citou o fato de ministros do Executivo não terem direito a uma cota de passagens,
tal qual a dos parlamentares.
Senadores recebem hoje
R$ 16.512 mensais, além de benefícios como verba indenizatória, cota postal, de passagens,
entre outros.
O texto original dos projetos
relativos aos aumentos no Judiciário inicialmente previa um
reajuste ainda maior, com outros 4,6% de aumento a partir
de novembro deste ano. Esta
parte, no entanto, foi suprimida na votação da Câmara.
Em seu parecer, o relator dos
projetos, senador Marco Maciel (DEM-PE), disse considerar "justo" o aumento.
Maciel argumentou que o valor havia sido alterado pela última vez em 1º de janeiro de
2006, e sofreu desde então "significativa depreciação em decorrência da inflação". Acrescentou ainda que o reajuste nos
moldes do que foi aprovado ontem é inferior à inflação acumulada no período.
"É inegável que as garantias
para uma magistratura independente e isenta são de interesse de todo o país. A Constituição reconhece a irredutibilidade de subsídio dos juízes,
com o fim de assegurar tais garantias. Acreditamos que esse
princípio impõe a necessidade
de reajuste periódico de acordo
com os índices inflacionários",
disse o relator.
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