São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

No abismo

"Um morto na reação policial às marchas em favor de Zelaya", deu o espanhol "El País" na manchete, à tarde, com relato do enviado Pablo Ordaz:
"Pedreiro, 65 anos, Francisco saiu às seis e meia de casa em Flor del Campo, bairro pobre, e se viu numa manifestação espontânea de resistência ao governo "de facto". Vieram efetivos policiais antidistúrbios, foi ferido no abdome e morreu no hospital."
Na Reuters, "apoiador de Zelaya de 65 anos é morto a tiros" e "cinco outros levaram tiros".

 

Vem a noite e, manchete no "El País", "Honduras se aproxima do abismo" depois que "polícia mata um". Na Reuters, "Cresce pressão global". Na Folha Online, afirmam Anistia Internacional e outras:
"A suspensão de meios de comunicação, os golpes da polícia contra manifestantes, as prisões em massa indicam o estado de direito em perigo."

E dos Repórteres Sem Fronteiras, afinal:
"Militares tentam manter imprensa internacional à margem e fazem tudo para impor silêncio."
Os mais visados são canal 36 e rádio Globo.

TODA, TODA
A BBC Brasil entrevistou o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, e destacou a declaração:
"O governo brasileiro atuou com o respaldo de toda -toda com letras maiúsculas- a comunidade internacional."

SIMPATIA GOLPISTA
O Terra entrevistou o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e destacou:
"O Brasil não teve participação na entrada de Zelaya em seu país. Em realidade, quem defende posições opostas deve sentir simpatia em relação aos golpistas. Nós não nos intrometemos em política interna, estamos cumprindo obrigação humanitária e diplomática."

POR OUTRO LADO
Do ex-embaixador Rubens Barbosa, na Globo News, depois também na Globo:
"É possível confronto. O governo de Honduras já disse que responsabilizaria o Brasil".
Do ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia, nas mesmas:
"Zelaya está fazendo da embaixada do Brasil uma tribuna".

OBAMA & LULA
Ao fundo, Barack Obama e Lula discursaram na ONU.
O "El País" editou lado a lado, com as chamadas "Obama urge compromisso global" e "Lula pede atenção para os pobres". O "Wall Street Journal" destacou frase de Obama, sobre os EUA não agirem mais sozinhos, e de Lula, sobre a exigência da comunidade internacional da reinstalação de Zelaya.
À noite, no UOL, "Lula debaterá Honduras com Obama".

LOBBY & LULA
O "Valor" deu que a Exxon "fez esforço para se aproximar e aumentar a capacidade de influir no pré-sal", entrando com US$ 200 mil dos US$ 726 mil arrecadados pelo Wilson Center num jantar em homenagem a Lula, em Nova York:
"Garantiu ao executivo-chefe Rex Tillerson o privilégio de uma conversa particular de 15 minutos com o presidente."
Entre outros, contribuíram também Boeing e Unica.

O BERÇO DO PRÉ-SAL
O "New York Times" destacou ontem e publica hoje o texto "Indústria do petróleo está à toda com novas descobertas". Além de Brasil, cita com alarde o Iraque curdo, a Austrália e até Israel. E diz que foram feitas, em parte, "por gigantes internacionais como a Exxon".
Por outro lado, manchete e post mais lido do portal Exame, "Onde nascem as inovações do pré-sal", uma longa reportagem sobre o centro de pesquisas da Petrobras na Ilha do Fundão, que desenvolve tecnologias para retirar "petróleo de poços ultrafundos".

O TRABALHO MAIS FÁCIL
Também no "NYT", um longo e laudatório texto se empolgou com a defesa que Lula fez dos Jogos de 2016 no Brasil, destacando e assumindo a declaração de que seria "o trabalho mais fácil do mundo", por se tratar do Rio. O jornal e o "WSJ" contrastaram o engajamento do brasileiro com a ausência de Obama no apoio a Chicago.


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