|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Acordo será assinado", diz Sarkozy sobre caças
Presidente francês afirma que considera
"normal" EUA tentarem vender aviões
Concorrência para venda
ainda está aberta; Lula já
havia anunciado acordo
no início do mês, mas foi
criticado e acabou recuando
DA REDAÇÃO
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, disse ontem que o
acordo do Brasil com a França
para a venda de 36 aviões caça
"será assinado".
A declaração foi feita dois
dias após o governo brasileiro
adiar o prazo final para entrega
de melhorias nas propostas das
três empresas concorrentes.
As mudanças começaram a
ser feitas depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
anunciou, precipitadamente e
junto a Sarkozy, o início das negociações com a França, no começo do mês.
Diante das críticas, o Brasil
foi obrigado a recuar e declarou
que a concorrência ainda estava aberta.
O programa FX-2, de renovação da frota da FAB (Força Aérea Brasileira), envolve a venda
de 36 caças e valores de até
R$ 10 bilhões.
Concorrem com a francesa
Dassault (Rafale) a americana
Boeing (F-18 Super Hornet) e a
sueca Saab (Gripen).
Em Nova York para a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Sarkozy afirmou aos canais de televisão TF1 e France 2 que "há
um acordo político, pelo qual
negociamos o contrato e que
vai ser assinado junto com o
dos submarinos vendidos ao
Brasil em dezembro de 2008".
Esse pacote militar é apontado como uma das principais
vantagens do Rafale, dentro de
um projeto de aproximação política e diplomática do Brasil
com o país europeu.
O próprio Lula já ressaltou o
caráter político da decisão, ao
declarar que ela será "política e
estratégica", exclusiva do presidente da República "e de ninguém mais".
EUA
Sarkozy disse ainda que considera "normal os EUA lutarem
para vender seus aviões", mas
citou o bom relacionamento
com Lula e a qualidade superior, segundo ele, dos caças
franceses para falar sobre o negócio. "Estive no Brasil para
vender nossos Rafale, os melhores aviões do mundo, e Lula
confia em nós", disse. "É uma
grande vitória."
A garantia de transferência
de tecnologia dada pela França
é usada como pretexto pelo
Brasil para justificar a preferência pela Dassault.
Mas, após o anúncio de Lula,
os americanos divulgaram nota
reforçando o compromisso de
fazer a transferência. Também
já haviam armado um forte
lobby, que incluiu o envio de
carta da secretária de Estado
Hillary Clinton. A Saab fez a
mesma promessa.
Nos últimos dias, as três empresas melhoraram suas propostas, revendo os quesitos
preço, pagamento e compensações para a indústria nacional.
Após a conclusão da avaliação pela comissão, em 2 de outubro, o relatório será submetido ao Comando da Aeronáutica, ao Ministério da Defesa, a
Lula e ao Conselho de Defesa
Nacional.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Caso Battisti: Italiano recebe visita de filhas em penitenciária Próximo Texto: Frases Índice
|