São Paulo, quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Acordo será assinado", diz Sarkozy sobre caças

Presidente francês afirma que considera "normal" EUA tentarem vender aviões

Concorrência para venda ainda está aberta; Lula já havia anunciado acordo no início do mês, mas foi criticado e acabou recuando

DA REDAÇÃO

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse ontem que o acordo do Brasil com a França para a venda de 36 aviões caça "será assinado".
A declaração foi feita dois dias após o governo brasileiro adiar o prazo final para entrega de melhorias nas propostas das três empresas concorrentes.
As mudanças começaram a ser feitas depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, precipitadamente e junto a Sarkozy, o início das negociações com a França, no começo do mês.
Diante das críticas, o Brasil foi obrigado a recuar e declarou que a concorrência ainda estava aberta.
O programa FX-2, de renovação da frota da FAB (Força Aérea Brasileira), envolve a venda de 36 caças e valores de até R$ 10 bilhões.
Concorrem com a francesa Dassault (Rafale) a americana Boeing (F-18 Super Hornet) e a sueca Saab (Gripen).
Em Nova York para a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Sarkozy afirmou aos canais de televisão TF1 e France 2 que "há um acordo político, pelo qual negociamos o contrato e que vai ser assinado junto com o dos submarinos vendidos ao Brasil em dezembro de 2008".
Esse pacote militar é apontado como uma das principais vantagens do Rafale, dentro de um projeto de aproximação política e diplomática do Brasil com o país europeu.
O próprio Lula já ressaltou o caráter político da decisão, ao declarar que ela será "política e estratégica", exclusiva do presidente da República "e de ninguém mais".

EUA
Sarkozy disse ainda que considera "normal os EUA lutarem para vender seus aviões", mas citou o bom relacionamento com Lula e a qualidade superior, segundo ele, dos caças franceses para falar sobre o negócio. "Estive no Brasil para vender nossos Rafale, os melhores aviões do mundo, e Lula confia em nós", disse. "É uma grande vitória."
A garantia de transferência de tecnologia dada pela França é usada como pretexto pelo Brasil para justificar a preferência pela Dassault.
Mas, após o anúncio de Lula, os americanos divulgaram nota reforçando o compromisso de fazer a transferência. Também já haviam armado um forte lobby, que incluiu o envio de carta da secretária de Estado Hillary Clinton. A Saab fez a mesma promessa.
Nos últimos dias, as três empresas melhoraram suas propostas, revendo os quesitos preço, pagamento e compensações para a indústria nacional.
Após a conclusão da avaliação pela comissão, em 2 de outubro, o relatório será submetido ao Comando da Aeronáutica, ao Ministério da Defesa, a Lula e ao Conselho de Defesa Nacional.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Caso Battisti: Italiano recebe visita de filhas em penitenciária
Próximo Texto: Frases
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.