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DATAFOLHA
Congresso é ruim ou péssimo para 46%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reprovação popular à atuação
dos 594 deputados e senadores
eleitos em 2002 mantém-se elevada, mas parou de subir, mostra
pesquisa Datafolha realizada em
151 municípios de todas as unidades da federação.
Das 2.537 pessoas entrevistadas
entre quinta e sexta, 46% disseram considerar ruim ou péssimo
o desempenho dos congressistas,
oscilação negativa de dois pontos
percentuais em relação à pesquisa
do início de agosto (48%).
Apenas 12% aprovam (ótimo
ou bom) a atuação dos parlamentares, número idêntico ao da pesquisa anterior. A avaliação regular também manteve-se em 35%
entre agosto e agora. A margem
de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Dias antes do estouro do escândalo do "mensalão", no início de
junho, o índice de reprovação à
atuação dos deputados e senadores era de 36%. Esse número subiu para 42% em meados de junho, para 46% em 21 de julho e
para 48% no princípio de agosto.
A atual crise tem como base a
acusação de que o PT montou um
esquema para irrigar financeiramente partidos aliados como o
PTB, o PL, o PP e o PMDB.
Curiosamente, a maior rejeição
à atuação do Congresso entre os
que declararam preferencia partidária está entre os que informaram predileção pelo oposicionista
PSDB -49%. Apesar de não estar
envolvido no esquema do "mensalão", o PSDB é suspeito de ter
patrocinado o mesmo esquema
na campanha de 1998, em Minas.
A maior rejeição aos congressistas entre os que optaram por um
candidato à Presidência da República está entre os possíveis eleitores da senadora Heloísa Helena
(PSOL-AL) -58%. A maior aceitação figura entre os eleitores de
Roberto Freire (PPS), 21%.
Os maiores índices de rejeição
encontram-se entre os que cursaram o ensino superior (57%), os
que ganham mais de 10 salários
mínimos (59%), os que se declaram sem religião (58%) e os que
têm de 25 a 34 anos (50%). Das regiões, a maior rejeição ao Congresso vem do Sudeste (50%) e a
maior aprovação, do Sul (14%).
Eleições
O prefeito de São Paulo, José
Serra, e o governador paulista Geraldo Alckmin, ambos do PSDB,
comentaram o resultado da pesquisa Datafolha sobre a sucessão
presidencial divulgada ontem.
"Eu fico satisfeito em estar tão
bem avaliado no conjunto do Brasil, apesar de todo o meu trabalho
estar concentrado na cidade de
São Paulo, mas entre isso e ser
candidato tem uma distância
muito grande", disse Serra, que
ainda aparece como único candidato a derrotar Lula, no segundo
turno, por 45% a 41%.
Para Alckmin, que na simulação perde para Lula por 45% a
37%, "ninguém deve decidir o
que fazer baseado em pesquisa, e
sim em princípios e valores." Ele
também ressaltou que "pesquisa
um ano antes é totalmente mutável, é fotografia de um momento."
(RANIER BRAGON)
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