São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

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Marta diz acreditar em entendimento com parte dos tucanos porque há "dois PSDBs'

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A ex-prefeita Marta Suplicy disse ontem, enquanto aguardava o início do debate entre os presidenciáveis, que é possível haver um entendimento com o PSDB, "porque existem dois PSDBs, um do Fernando Henrique e do Alckmin, e um PSDB maduro, capitaneado pelos governadores dos dois principais Estados do país [José Serra e Aécio Neves]".
A ministra Dilma Rousseff na mesma linha também afirmou acreditar na possibilidade de entendimento com parte do PSDB pelo interesse da governabilidade. "Não iremos deixar baixar o nível porque estamos preocupados com a governabilidade do país".
Segundo ela, desde a época do Proconsult (eleição no Rio em 82) e do debate de 89, o povo está mais maduro para deixar que alguma coisa aconteça. Ela afirmou também não acreditar que seja interesse da oposição o terceiro turno e que "sem dúvida nenhuma, uma parte do PSDB tem interesse de manter a estabilidade do país".
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, pediu ontem no Rio um pouco mais de "compostura" ao PSDB e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Acho que FHC está perdendo a compostura. Já foi o primeiro magistrado político da nação. Não deveria ter atitudes que mancham sua história", declarou Genro.
Segundo ele, a oposição vem usando "táticas fascistas de incriminação em grupo" quando fala do PT. "A tática fascista é a que ataca uma comunidade seja ela racial, cultural ou nacional em abstrato, sem delimitar fronteiras. E esta tática quem está utilizando é o PSDB apoiado por setores da grande imprensa", afirmou o ministro.
"É igual à demonização medieval. Eles deveriam ter mais compostura porque isso radicaliza o ambiente político de forma desnecessária", disse.
Para o coordenador da campanha petista, Marco Aurélio Garcia, "a derrota parece haver subido à cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Diante da iminência do fracasso da campanha dos tucanos, FHC perdeu a compostura que a função de ex-presidente supõe.
Garcia afirma ainda que "no passado, ele havia pedido para esquecer o que ele escreveu. Agora parece querer que nós esqueçamos o que ele fez. O programa de privatização não é uma invenção nossa. Ele faz parte do DNA dos tucanos. O candidato Alckmin declarou que uma de suas três prioridades seria a retomada das privatizações".
Segundo o petista, os assessores de Alckmin foram mais longe e propuseram inclusive a privatização da Petrobras.


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