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Marta diz acreditar em entendimento com parte dos tucanos porque há "dois PSDBs'
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A ex-prefeita Marta Suplicy
disse ontem, enquanto aguardava o início do debate entre os
presidenciáveis, que é possível
haver um entendimento com o
PSDB, "porque existem dois
PSDBs, um do Fernando Henrique e do Alckmin, e um PSDB
maduro, capitaneado pelos governadores dos dois principais
Estados do país [José Serra e
Aécio Neves]".
A ministra Dilma Rousseff na
mesma linha também afirmou
acreditar na possibilidade de
entendimento com parte do
PSDB pelo interesse da governabilidade. "Não iremos deixar
baixar o nível porque estamos
preocupados com a governabilidade do país".
Segundo ela, desde a época
do Proconsult (eleição no Rio
em 82) e do debate de 89, o povo está mais maduro para deixar que alguma coisa aconteça.
Ela afirmou também não acreditar que seja interesse da oposição o terceiro turno e que
"sem dúvida nenhuma, uma
parte do PSDB tem interesse de
manter a estabilidade do país".
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, pediu
ontem no Rio um pouco mais
de "compostura" ao PSDB e ao
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Acho que FHC
está perdendo a compostura.
Já foi o primeiro magistrado
político da nação. Não deveria
ter atitudes que mancham sua
história", declarou Genro.
Segundo ele, a oposição vem
usando "táticas fascistas de incriminação em grupo" quando
fala do PT. "A tática fascista é a
que ataca uma comunidade seja ela racial, cultural ou nacional em abstrato, sem delimitar
fronteiras. E esta tática quem
está utilizando é o PSDB apoiado por setores da grande imprensa", afirmou o ministro.
"É igual à demonização medieval. Eles deveriam ter mais
compostura porque isso radicaliza o ambiente político de
forma desnecessária", disse.
Para o coordenador da campanha petista, Marco Aurélio
Garcia, "a derrota parece haver
subido à cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Diante da iminência do
fracasso da campanha dos tucanos, FHC perdeu a compostura
que a função de ex-presidente
supõe.
Garcia afirma ainda que "no
passado, ele havia pedido para
esquecer o que ele escreveu.
Agora parece querer que nós
esqueçamos o que ele fez. O
programa de privatização não é
uma invenção nossa. Ele faz
parte do DNA dos tucanos. O
candidato Alckmin declarou
que uma de suas três prioridades seria a retomada das privatizações".
Segundo o petista, os assessores de Alckmin foram mais
longe e propuseram inclusive a
privatização da Petrobras.
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