São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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A 3 dias da eleição, Lula grava apoio a Rosário

Presidente havia relutado em participar da campanha em Porto Alegre devido ao adversário do PMDB

SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Apoios que não foram dados à petista Maria do Rosário durante toda a campanha em Porto Alegre chegaram aos 44 minutos do segundo tempo.
Atrás 14 pontos percentuais do prefeito e candidato à reeleição, José Fogaça (PMDB), segundo o Datafolha, o PT apelou ao presidente Lula e à deputada Manuela D'Ávila (PC do B) para tentar uma virada.
Um depoimento gravado às pressas por Lula passou a ser veiculado ontem no programa de rádio e TV da petista. Mas a estratégia dos petistas é bombardear os eleitores com a imagem e depoimento do presidente por meio das inserções.
Na gravação de 30 segundos, Lula aparece com uma parede bege ao fundo pedindo "reflexão" aos eleitores, chamados por ele de "meus amigos e minhas amigas", em vez do tradicional "companheiros".
"Quem esteve junto com o governo federal nestes últimos anos, quem votou contra ou votou a favor do governo federal para que a gente pudesse atingir este momento excelente que o Brasil está vivendo. Quem esteve comigo em todo este período foi uma mulher: Maria do Rosário. E eu peço a você que vote em Maria do Rosário para prefeita", diz Lula.
O presidente vinha resistindo em participar da campanha em Porto Alegre porque não queria um atrito com o PMDB.
Apesar de o PC do B ter aderido à campanha de Rosário no segundo turno, depois de Manuela ficar em terceiro lugar na disputa, a deputada comunista se esquivou de ajudar a petista.
Fez duas viagens oficiais ao exterior (Portugal e El Salvador) e foi a São Luís fazer campanha para Flávio Dino (PC do B), coincidentemente no dia do comício final de Rosário.
Mesmo relutando em colaborar com o PT, Manuela deve fazer amanhã caminhadas com a petista na periferia e em redutos onde teve votação expressiva. Manuela não queria entrar na campanha porque, no primeiro turno, Rosário a chamou de "vazia" e "inexperiente".
Fogaça também ganhou reforço. O ministro Carlos Lupi (Trabalho), do PDT, que apóia a reeleição, pediu votos para ele durante uma reunião de presidentes de 30 sindicatos ligados à Força Sindical e no comício de encerramento da campanha. "O presidente tem todo o direito de dar o apoio [a Rosário], como eu, presidente licenciado do PDT, tenho o direito de estar com o Fogaça."


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