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PF indicia 22 por fraudes em licitações do PAC
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
A Polícia Federal de Mato
Grosso encaminhou ontem à
Justiça Federal a conclusão do
inquérito sobre supostas fraudes em licitações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, nas
cidades de Cuiabá e Várzea
Grande. Ao todo, 22 pessoas foram indiciadas sob suspeita de
envolvimento no esquema, que
foi alvo da Operação Pacenas,
deflagrada em agosto pela PF.
Na ocasião, foram cumpridos
11 mandados de prisão e 31 de
busca e apreensão em Mato
Grosso, São Paulo, Goiás e no
Distrito Federal. Os indiciados
não tiveram os nomes divulgados pela PF.
Entre os presos estavam o
advogado José Antônio Rosa,
ex-procurador da Prefeitura de
Cuiabá, e quatro servidores que
atuavam nas comissões de licitação da Sanecap (Companhia
de Saneamento da Capital)
-sigla que, invertida, batizou a
operação da PF.
Também foram detidos o ex-prefeito de Cuiabá Anildo Lima
Barros e Carlos Avalone, vice-presidente da Federação das
Indústrias de MT. Todos os
suspeitos foram depois soltos
por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Segundo a PF, licitações para
quase R$ 400 milhões em investimentos nas duas cidades
foram direcionadas em benefício das empreiteiras Gemini
(administrada por Lima Barros), Três Irmãos (de Carlos
Avalone) e Concremax.
"Força política"
Ontem, em nota, a PF disse
ter encontrado provas dos crimes de fraude à licitação e formação de quadrilha. Em um
dos computadores apreendidos
na operação, diz a polícia, havia
instruções sobre como fraudar
licitações do PAC.
"As empresas integrantes do
esquema contam com grande
força política, seja por pertencerem a políticos conhecidos
em Mato Grosso ou por intenso
contato de seus proprietários
com políticos municipais", disse a PF, na nota.
O advogado Ulisses Rabaneda, que defende o ex-procurador José Antônio Rosa, disse
ontem que ainda não havia tido
acesso ao relatório, mas falou
que a investigação não provou
"absolutamente nada".
Huendel Wender, que atua
na defesa do ex-prefeito Anildo
Lima Barros, disse que seu
cliente está "tranquilo" e que as
acusações são "totalmente infundadas".
O advogado Paulo Fabrinny,
que representa Avalone e o empreiteiro Jorge Pires de Miranda, da Concremax, chamou de
"surreal" a investigação da PF.
"O inquérito não tem pé nem
cabeça, só gravações interpretadas de forma errônea ou tiradas de seu contexto."
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