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PERSONALIDADE
Pefelista, que foi governador de SC e se destacou na CPI dos Precatórios, sofria de câncer no pulmão
Senador Vilson Kleinubing morre aos 54
ESTANISLAU MARIA
da Agência Folha, em Florianópolis
O senador e ex-governador de
Santa Catarina Vilson Kleinubing
(PFL), 54, morreu às 10h30 de ontem, no hospital de Caridade, em
Florianópolis, devido a insuficiência respiratória provocada por um
câncer no pulmão.
Segundo o médico oncologista
Marcelo Collaço Paulo, o tumor
tomou os dois pulmões, o esôfago,
a traquéia e a pleura. Kleinubing
fora internado às pressas no último sábado com dificuldades respiratórias.
O corpo do senador foi velado
ontem no plenário da Assembléia
Legislativa, que foi aberto ao público por volta das 18h.
Às 15h, o presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), chegou a Florianópolis vindo de São Paulo. Emocionado, ACM ficou ao lado da família por cerca de 20 minutos.
"O Brasil perde um grande
homem público. O senador foi um
dos maiores destaques da Comissão de Assuntos Econômicos do
Senado", disse ACM, que voltou
às 17h para São Paulo.
O presidente do PFL, senador
eleito por Santa Catarina Jorge
Bornhausen, acompanhou a família de Kleinubing desde o hospital
e permaneceu no velório. "Santa Catarina perde um dos políticos
de maior expressão", disse.
O presidente Fernando Henrique Cardoso será representado
hoje no enterro pelo vice-presidente, Marco Maciel, que chegará
a Florianópolis às 8h40.
O enterro com honras militares
deve acontecer entre 10h e 11h no
cemitério Jardim da Paz. O governador do Estado, Paulo Afonso
Vieira (PMDB), decretou luto oficial por três dias.
Gaúcho, senador eleito em 1994,
Vilson Kleinubing nasceu em 9 de
setembro de 1944, em Montenegro
(72 km de Porto Alegre).
Engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, fez a pós-graduação em engenharia econômica na Universidade Federal de Santa Catarina.
Kleinubing foi eleito deputado
federal pelo PDS em 1982. Foi secretário de Agricultura e Abastecimento no governo Esperidião
Amin (1983 a 1986) e eleito, em
1988, pelo PFL, prefeito de Blumenau, de onde saiu para disputar e
ganhar o governo de Santa Catarina, em 1990.
Conquistou uma cadeira no Senado na eleição de 1994, para o
mandato de 1995 a 2003. Seu suplente é o médico e ex-vereador de
Tubarão Geraldo Althoff.
Kleinubing foi membro-titular
da Comissão de Assuntos Econômicos e da Comissão de Serviços
de Infra-Estrutura no Senado.
Destacou-se, no ano passado, ao
fazer denúncias de irregularidades
e participar da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Precatórios, que investigou a emissão e
venda de títulos públicos para pagamento de dívidas judiciais dos
governos de Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco e da Prefeitura
de São Paulo.
Foi cotado pelo PFL para assumir um ministério no segundo
mandato de FHC. "Se Santa Catarina tiver um ministro, este será
Vilson Kleinubing", disse Bornhausen, há um mês.
Kleinubing foi o principal articulador na reaproximação de
Amin e Bornhausen, antigos adversários, para formar a coligação
que venceu as eleições majoritárias deste ano no Estado.
Ele travava havia dois anos uma
batalha contra o câncer e, doente,
não pôde votar em 4 de outubro.
Fumante que não gostava de ser
fotografado com o cigarro na
mão, Kleinubing foi diagnosticado portador de um tumor do pulmão e operado em 1996.
Ele era casado com Vera Maria
Karam Kleinubing e tinha três filhos: João Paulo, 25, Eduardo, 24,
e Diogo, 16.
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