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Brizola sinaliza apoio a Itamar para presidente
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PDT,
Leonel Brizola, sinalizou ontem o
apoio a uma eventual candidatura
do governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (sem partido), à
Presidência em 2002.
"Acho que a de Itamar é uma
das candidaturas viáveis à presidência. É o governador de Minas e
tem feito uma oposição dura ao
governo federal, mais definida
que a do Lula", afirmou Brizola,
que foi vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1998.
"O Lula foi conversar com o
(presidente) Fernando Henrique.
O Itamar, não. Ele tem tido uma
postura de muita firmeza", afirmou o ex-governador do Rio.
O líder pedetista disse que é "difícil" repetir o apoio dados aos petistas nas próximas eleições.
"Eu acho que uma quarta candidatura do Lula seria bastante problemática. Achamos que seria para perder", declarou.
Ele prevê que o PT mais uma
vez lançará Lula. "Os petistas estão trabalhando para isso."
Mas Brizola diz que, em um segundo turno na eleição presidencial, a esquerda deverá estar unida. "Entre um candidato de qualquer partido popular e um conservador, ficamos com o candidato popular, seja ele quem for."
Os sinais enviados por Brizola
ao governador mineiro não são
gratuitos. O líder pedetista nutre a
esperança de atrair Itamar para
seu partido, agora que a sigla expulsou o governador fluminense,
Anthony Garotinho.
Itamar, no entanto, está mais
próximo do PSB, justamente para
disputar a Presidência.
Outra demonstração do afastamento de PT e PDT se deu no início da semana. Brizola enviou carta ao Conselho Político da Frente
Democrático-Popular informando a saída de seu partido.
O conselho foi formado pelos
partidos que apoiaram Lula em
1998 (PT, PDT, PSB, PC do B e
PCB) e tinha como objetivo preservar a unidades das esquerdas
na próxima eleição presidencial.
Mas PT e PDT se afastaram bastante nas últimas eleições municipais, entrando em choque em cidades como Rio e Porto Alegre.
Os petistas também criticam os
movimentos de aproximação do
PDT com o PTB, que podem resultar até em fusão.
Na carta enviada ao conselho,
Brizola diz que "um novo cenário
se desenha para os dois próximos
anos, com tendências diversas na
reordenação de alianças partidárias e das lideranças políticas".
Ele, no entanto, deixa uma porta aberta aos petistas. "O PDT decidiu afastar-se do conselho manifestando, contudo, a certeza de
que a manutenção do diálogo é
importante para consolidação
dos partidos", afirma o líder pedetista no documento.
O ex-governador nega que esteja rompendo com o PT. "Saímos
do conselho porque não servia
para muita coisa e era controlado
pelos petistas", declarou.
O coordenador do conselho, o
petista Tarso Genro, prefeito eleito de Porto Alegre, disse ontem
que a saída do PDT não prejudica
o órgão. "À medida que o PDT se
integrar com o PTB, ele perde a
sua caracterização de competir na
área de esquerda", afirmou.
Colaborou SANDRA BRASIL, da Reportagem Local
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