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MORTE EM CAMPINAS
Depoimentos põem em xeque tese de crime comum contra petista
Testemunha contesta versão de que Toninho obstruiu fuga
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
A versão de duas testemunhas
que presenciaram o assassinato
do prefeito de Campinas Antonio
da Costa Santos, o Toninho do
PT, em 2001, põe em xeque a hipótese de que o prefeito foi morto
porque seu Palio atrapalhou a fuga do Vectra da quadrilha do seqüestrador Wanderson Newton
de Paula Lima, o Andinho.
Para a polícia, a quadrilha fugia
porque teria tentado, sem sucesso, seqüestrar um aposentado,
horas antes, nas imediações. O
então prefeito, que saía do Shopping Iguatemi de Campinas, teria
sido baleado porque seu carro
atrapalhava a fuga.
As duas testemunhas -que
não se identificaram por questões
de segurança- afirmaram à Folha que o trânsito era intenso por
causa do horário de fechamento
do shopping. Assim, os outros
carros também atrapalhariam a
fuga, não só o de Toninho.
Na época, havia uma pista para
cada direção. "O Vectra estava na
contramão quando foram disparados os tiros. Depois o carro [da
quadrilha] acelerou para não colidir de frente com o outro, que vinha na direção contrária", disse
uma das testemunhas, que estava
em um carro à frente.
"Ação planejada"
O casal afirmou que, na fila de
veículos, a velocidade média ficava entre 30 km/h e 40 km/h. O
Vectra onde estavam os criminosos "emparelhou" com o carro de
Toninho para que os três disparos
fossem feitos -um deles matou o
prefeito. Esses depoimentos constam no processo sobre o caso, ao
qual a Folha teve acesso.
Havia apenas um carro entre o
veículo em que estavam as duas
testemunhas e o Palio do prefeito
na hora do crime, por volta das
22h15 de 10 de setembro de 2001.
Além desses depoimentos, outras três testemunhas confirmaram na Justiça que havia trânsito
intenso no momento: o motorista
de uma van, uma passageira dessa
van e o motorista de um Subaru
-todos eles estavam próximos
do local no momento do crime.
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que
investigou o caso, informou, por
meio da assessoria de imprensa,
que "a Polícia Civil e o Ministério
Público concluíram, com base
nos testemunhos e nas provas
materiais, que a morte do prefeito
foi um crime comum".
Para a família de Toninho, essa
versão é "absurda". "A ação foi
planejada", disse o irmão do petista, Paulo Roberto Costa Santos.
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