São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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MORTE EM CAMPINAS

Depoimentos põem em xeque tese de crime comum contra petista

Testemunha contesta versão de que Toninho obstruiu fuga

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

A versão de duas testemunhas que presenciaram o assassinato do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em 2001, põe em xeque a hipótese de que o prefeito foi morto porque seu Palio atrapalhou a fuga do Vectra da quadrilha do seqüestrador Wanderson Newton de Paula Lima, o Andinho.
Para a polícia, a quadrilha fugia porque teria tentado, sem sucesso, seqüestrar um aposentado, horas antes, nas imediações. O então prefeito, que saía do Shopping Iguatemi de Campinas, teria sido baleado porque seu carro atrapalhava a fuga.
As duas testemunhas -que não se identificaram por questões de segurança- afirmaram à Folha que o trânsito era intenso por causa do horário de fechamento do shopping. Assim, os outros carros também atrapalhariam a fuga, não só o de Toninho.
Na época, havia uma pista para cada direção. "O Vectra estava na contramão quando foram disparados os tiros. Depois o carro [da quadrilha] acelerou para não colidir de frente com o outro, que vinha na direção contrária", disse uma das testemunhas, que estava em um carro à frente.

"Ação planejada"
O casal afirmou que, na fila de veículos, a velocidade média ficava entre 30 km/h e 40 km/h. O Vectra onde estavam os criminosos "emparelhou" com o carro de Toninho para que os três disparos fossem feitos -um deles matou o prefeito. Esses depoimentos constam no processo sobre o caso, ao qual a Folha teve acesso.
Havia apenas um carro entre o veículo em que estavam as duas testemunhas e o Palio do prefeito na hora do crime, por volta das 22h15 de 10 de setembro de 2001.
Além desses depoimentos, outras três testemunhas confirmaram na Justiça que havia trânsito intenso no momento: o motorista de uma van, uma passageira dessa van e o motorista de um Subaru -todos eles estavam próximos do local no momento do crime.
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investigou o caso, informou, por meio da assessoria de imprensa, que "a Polícia Civil e o Ministério Público concluíram, com base nos testemunhos e nas provas materiais, que a morte do prefeito foi um crime comum".
Para a família de Toninho, essa versão é "absurda". "A ação foi planejada", disse o irmão do petista, Paulo Roberto Costa Santos.


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