São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Curto-circuito

Muita gente no PT já sabe e festeja nos bastidores: as contas da campanha de Geraldo Alckmin, o candidato do "choque de gestão", não vão fechar. Integrantes da coordenação admitem um rombo de R$ 10 milhões relativo a "material gráfico e serviços gerais". Reconhecem ainda "pequena" dívida com a equipe de marketing. Entre os tucanos, porém, há quem afirme que o buraco é maior, e que entre as despesas listadas existem algumas de difícil comprovação, caso de uma grande contratação de kombis no segundo turno.
As campanhas têm até a próxima terça para entregar sua prestação final de contas. Pela minirreforma eleitoral aprovada este ano, o candidato é diretamente responsabilizado por eventuais irregularidades.

Ninguém viu. Na lista de incentivos da Petrobras a Sergipe, terra de seu ex-presidente José Eduardo Dutra, um chama especial atenção: o "São João Multicultural". A empresa que recebeu R$ 815 mil para realizar o evento desapareceu sem deixar rastros.

Lé com cré. Na próxima semana, a CPI dos Sanguessugas vai solicitar à PF novos dados do sigilo de Expedito Veloso. Há informação de que o petista telefonou para um advogado ligado à Petrobras no meio da operação dossiê.

Para o ano. Vitaminada pelos cruzamentos de dados dos "aloprados", a oposição já busca assinaturas para instaurar uma nova investigação em 2007, caso a atual legislatura termine sem um desfecho para o caso do dossiê.

Não dá mais. O PSDB alertou seus senadores: chega de segurar a barra de Aloizio Mercadante. Logo depois das eleições, Arthur Virgílio procurou o deputado tucano Jutahy Jr. para pedir que o correligionário pegasse mais leve com o petista, chefe do homem da mala do dossiê.

Quem avisa... Um petista que viveu de perto a derrota para a presidência da Câmara em 2005 adverte: se Lula nomear o ministério só depois da eleição da Mesa, haverá disputa entre os partidos da base, com desfecho imprevisível. "Ele tem de chamar os interessados antes", avalia.

Pote de mágoa. Quem conversou esta semana com Inocêncio Oliveira (PL-PE) saiu com uma certeza: o primeiro-secretário pode ser candidato ou apoiar qualquer um que possa derrotar Aldo Rebelo (PC do B-SP). Ele foi um dos mais atingidos com o corte de assessores especiais determinado pela Casa.

Saudações. Raúl Reyes, porta-voz das Farcs colombianas, divulgou carta parabenizando Lula pela reeleição. O guerrilheiro disse que manterá a política de "boa vizinhança" e que está aberto "ao estabelecimento de relações políticas com todos os governos" dos países fronteiriços.

No telhado. Quem esteve com Lula saiu com a impressão de que Roseana Sarney ficará sem ministério. No reparte entre aliados, não existiriam vagas suficientes para nomeá-la e ao mesmo tempo manter a cota de cargos de José Sarney no setor elétrico.

Por um fio. A nomeação de Benedita da Silva para a Secretaria de Ação Social acelerou a já avançada deterioração do relacionamento de Sérgio Cabral com Anthony Garotinho. O ex-governador já critica abertamente o aliado e se declara traído.

Só love. Sérgio Cabral e Aécio Neves, "vizinhos" e mais novos melhores amigos, embarcam hoje juntos para Washington. Além de ir ao Bird, Cabral deve tentar bater o martelo com Joaquim Levy, convidado para a Fazenda.

Na pista. Mais uma vítima do apagão aéreo, Aécio esperou ontem duas horas para decolar rumo a uma reunião com prefeitos em Pouso Alegre. Quando autorizado a levantar vôo, já estava em cima da hora para ir a São Paulo encontrar a cúpula tucana.

Tiroteio

"Se Juvenil roubou R$ 1 bilhão, imagine quando for adulto".
Do senador HERÁCLITO FORTES (PFL-PI) sobre o deputado eleito Juvenil Alves (PT-MG), preso pela Polícia Federal sob a acusação de integrar organização criminosa suspeita de ter desviado R$ 1 bilhão.

CONTRAPONTO

Mania de perseguição

Encerrado seu primeiro mandato na Prefeitura de Recife, em 1989, Jarbas Vasconcelos (PMDB) decidiu fazer uma viagem à Paris para descansar, especialmente depois de ter enfrentado grave crise com os camelôs da cidade.
Na capital francesa, o ex-governador de Pernambuco e hoje senador eleito passeava tranqüilamente ao lado de um amigo quando percebeu que já não estava mais com seus óculos. Minutos depois, um vendedor de rua apareceu esbaforido correndo atrás da dupla.
-Meu Deus, até aqui os ambulantes me perseguem!-, protestou Jarbas, antes de entender que o homem queria apenas lhe devolver os óculos perdidos.


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