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Promotoria volta a investigar contrato do governo do Rio
ONG de aliado de Rosinha recebeu R$ 33,8 mi sem licitação para fornecer apostilas
Conselho Superior do órgão rejeitou um pedido para encerrar a investigação; governadora diz que seu governo foi transparente
ELVIRA LOBATO
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O Conselho Superior do Ministério Público determinou
que o órgão volte a investigar
um contrato de R$ 33,8 milhões, sem licitação, entre a Secretaria de Educação do Estado
do Rio e a ONG Associação
Educacional São Paulo (Aesp),
para fornecimento de apostilas
e treinamento de professores.
O dono da ONG é o deputado
federal Paulo Lima (PMDB-SP), que apóia o casal Garotinho. As apostilas foram adaptadas de material do Colégio Holos, entidade ligada à Unoeste,
propriedade de Lima.
Na prática, a decisão do Conselho Superior do Ministério
Público obriga a uma revisão do
caso e implica uma ação de improbidade administrativa contra a governadora Rosinha e o
secretário de Educação. Sem
cargo político a partir de janeiro, Rosinha perderá a prerrogativa de foro que a função de governadora lhe garante.
As penas para improbidade
administrativa incluem a perda
do cargo, ressarcimento do erário e indisponibilidade e perda
de bens eventualmente adquiridos com dinheiro público.
O procurador-geral de Justiça do Estado e candidato à reeleição hoje, Marfan Vieira, pediu o arquivamento, mas o conselho rejeitou o pedido por
unanimidade. Como procurador-geral, Vieira integra o conselho de dez procuradores de
Justiça, mas está afastado porque concorre à reeleição.
O próximo responsável por
apurar o caso da ONG será o decano do MP, César Romero,
procurador-geral em exercício.
O conselho é o órgão revisor de
decisões do Ministério Público.
O contrato, assinado em 31
de março deste ano, foi vencido
por dispensa de licitação.
Esse procedimento integra
um rol de convênios e contratos que somam ao menos R$
237 milhões, entre ONGs de fachada e o Estado. Sócios de algumas dessas ONGs e de cooperativas que prestaram serviços ao governo fizeram doações
de campanha para Anthony
Garotinho, então pré-candidato à Presidência pelo PMDB.
Rosinha informou, por meio
de sua assessoria, que "toda investigação é saúdável e esse é o
dever do Ministério Público".
Segundo ela, sua atuação no governo do Rio sempre foi transparente e o fato de haver investigação "não quer dizer que haja alguma irregularidade".
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