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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Tira-põe
Em meio ao impasse das negociações para aprovar a
CPMF, o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde enxergou uma janela de oportunidade
para minar a proposta de reduzir a alíquota do imposto. Trata-se de trocar essa idéia, colocada na mesa para seduzir senadores, por outra: elevar a parcela da arrecadação da CPMF destinada à saúde, o que seria feito por meio de emenda ao projeto que está no Senado.
Osmar Terra (PMDB), presidente do conselho e secretário do governo gaúcho, argumenta que a proposta de reduzir a alíquota deixou claro que há "gordura
suficiente" para aumentar o gasto com saúde. "Isso
certamente ajudaria a conquistar votos hoje contrários à prorrogação", afirma. Apresentado à idéia, o ministro José Temporão se mostrou interessado.
A dois. Defensor não-declarado porém ardoroso da
prorrogação do imposto do
cheque, o governador José
Serra aproveitou a ida ao encontro do PSDB, em Brasília,
para ter uma reunião com
Temporão na noite de quinta.
Divisão de tarefas. De
Lula para um governador tucano, sobre as negociações para aprovar a CPMF: "Fala pro
Serra que com os senadores
paulistas eu me entendo. Mas
se ele ajudar a conseguir votos
em outros Estados é bom".
Passaredo. Cássio Cunha
Lima disse na convenção que
os tucanos não podem agir como "emas" na prorrogação da
CPMF, à qual ele é favorável.
O secretário-geral do partido
em São Paulo, Cesar Gontijo,
respondeu ao governador da
Paraíba: "Também não podemos ser papagaios e repetir
tudo o que quer o Planalto".
Papo em dia. Serra e
Alckmin voaram juntos para
Brasília e de volta para SP.
Trator. Blairo Maggi "garantiu" a Lula todos os votos do
PR para a CPMF. O governador ainda se dispôs a falar com
os senadores mato-grossenses do DEM, seus aliados Jayme Campos e Jonas Pinheiro.
Nada feito. Dois emissários do governo foram ao procurador-geral da República,
Antonio Fernando Souza,
tentando convencê-lo a apresentar a denúncia do valerioduto mineiro só depois da
aprovação da CPMF no Senado. "Não deu certo", comentava um palaciano anteontem.
Abafa 1. A divulgação do
balanço trimestral da Caixa
Econômica Federal, com acanhado lucro de R$ 62,5 mi
(89% inferior ao de 2006) foi
precedida de adiamentos sem
justificativa e marcada pela
ausência da presidente, Maria
Fernanda Ramos Coelho, e
dos principais vice-presidentes -sempre presentes quando os números são bons.
Abafa 2. Os dados ainda foram maquiados. Em vez dos
números do trimestre, foi
apresentado o período que vai
de janeiro a setembro. Contrastando com esse resultado,
o Banco do Brasil lucrou R$
1,4 bi no terceiro trimestre.
Fogo amigo. Alguns petistas torceram o nariz para a indicação de Henrique Fontana
(PT-RS) para liderar o governo na Câmara pelo fato de o
deputado ser próximo demais
de Tarso Genro. Boa parte dos
insatisfeitos está no antigo
Campo Majoritário do PT.
Andou. A denúncia contra
Severino Cavalcanti (PP-PE)
foi aceita. A 10ª Vara Federal
de Brasília abriu processo por
concussão contra o ex-presidente da Câmara pela cobrança de mensalinho do concessionário de um restaurante da
Casa, Sebastião Buani.
Corte. O príncipe Felipe, filho do rei da Espanha, Juan
Carlos, que mandou Hugo
Chávez calar a boca, confirmou presença na posse de
Cristina Fernández na Argentina, dia 10. O encontro com o
presidente venezuelano deve
ser inevitável, já que este não
costuma faltar a tais eventos.
Lenha. José Sarney (PMDB-AP) falará em simpósio sobre
América Latina em Nova
York, dia 30. Hugo Chávez será o alvo do senador.
Tiroteio
"Estranha a lógica dos tucanos. Quando o PT é
acusado, o caso vira "o maior escândalo da
história". Se o alvo é o PSDB, tentam
transformar em história da carochinha."
Do deputado PAULO PIMENTA (PT-RS), um dos primeiros a apontar o
valerioduto mineiro, sobre o senador Eduardo Azeredo, que classificou
a denúncia do procurador-geral como fruto de "pura imaginação".
Contraponto
Evidências
Geraldo Alckmin discursava na quinta no congresso do
PSDB quando o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, ex-tucano e hoje no DEM, subiu ao palco
para cumprimentar os governadores presentes.
Alckmin prosseguia com sua fala enquanto observava o
abraço do "demo" no colega de São Paulo.
-O Serra e o Arruda têm muitas características em comum...-, observou Alckmin, interrompendo o discurso.
-E a principal delas não dá para esconder: é a careca!
Serra não demorou a tomar o microfone:
-Tudo bem que minha careca e a do Arruda sejam perecidas. Mas a sua, Geraldo, é muito mais brilhante!
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