|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Sucessão no Rio esquenta disputa na Igreja Católica
Quatro nomes lideram as indicações para suceder o arcebispo d.Eusébio Scheid
A expectativa de religiosos é de que a nomeação do novo arcebispo da cidade ocorra no início do ano que vem -pouco depois da Páscoa
DA SUCURSAL DO RIO
A sucessão na Arquidiocese
do Rio movimenta os bastidores da Igreja Católica de todo o
país. A expectativa de religiosos
próximos a d.Eusébio Scheid é
de que a nomeação do novo arcebispo ocorra no início do ano
que vem -logo após a Páscoa.
D. Eusébio completou 75
anos em dezembro do ano passado e imediatamente encaminhou carta de renúncia ao papa
Bento 16, seguindo a "liturgia"
do posto. Ele recebeu indicações do Vaticano de que a renúncia será aceita -o que ocorre simultaneamente com a nomeação do sucessor.
Quatro nomes lideram a bolsa de apostas. Nos círculos mais
próximos a d. Eusébio, o preferido é d. Dimas Lara Barbosa,
bispo-auxiliar do Rio. É o mais
jovem entre os cotados, com 52
anos. Atualmente, ocupa também a secretaria-geral da
CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil).
No entanto, segundo um especialista que acompanha os
bastidores da sucessão, a escolha de d. Dimas seria "atípica":
as autoridades eclesiásticas
evitariam nomear um bispo-auxiliar para o comando de
uma importante arquidiocese
brasileira pela segunda vez em
menos de dois anos.
D. Odilo Scherer, arcebispo
de São Paulo, foi bispo-auxiliar
na maior arquidiocese do país
até dezembro de 2006. Logo
em março de 2007, depois de
rápida passagem pelo Vaticano,
voltou a São Paulo para substituir d. Cláudio Hummes. Esse
tipo de troca não é usal na hierarquia católica.
Outro candidato forte ao
posto do Rio é d.Fillipo Santoro, atualmente bispo de Petrópolis. Italiano, doutor em teologia, desembarcou no Brasil
há 25 anos para dar aulas na
PUC do Rio.
Aos 60 anos, é considerado,
entre os postulantes, o mais
próximo ao papa Bento 16
-com quem já esteve por quatro vezes nos últimos anos.
Também foi bispo-auxiliar do
Rio entre 1996 e 2004. No entanto, enfrenta resistências
dentro da própria arquidiocese
do Rio de Janeiro.
Outros dois bispos têm sido
lembrados na bolsa de apostas.
Considerado candidato fortíssimo, d. Raymundo Damasceno
é arcebispo de Aparecida (SP) e
foi um dos organizadores do
bem-sucedido encontro do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano) no ano passado
-que marcou a primeira visita
de Bento 16 ao Brasil.
Contra ele, pesaria a idade: 71
anos. Embora não seja incomum ocorrerem nomeações de
arcebispos nessa faixa etária,
alguns especialistas afirmam
que repetiria a sucessão anterior, quando o próprio d. Scheid
foi nomeado aos 70.
O mesmo argumento é utilizado para minimizar as chances de d. Alano Pena, arcebispo
de Niterói. Aos 72 anos, d.Alano
é considerado uma referência
para muitas dioceses menores
do interior fluminense.
Segundo fontes ligadas à
CNBB, o "ritual sucessório" está em andamento há meses: o
núncio apostólico no Brasil (espécie de embaixador do Vaticano no país), d. Lorenzo Baldissei, já encaminhou cartas de
consulta a diversas autoridades
religiosas.
Nessas consultas, o Vaticano
recebe indicações do perfil desejado pelos principais representantes da igreja no país para
o ocupante de um cargo importante. São elas que servem de
base para a decisão do papa.
Texto Anterior: Primeiro escalão: Lula reúne ministros para discutir os efeitos da crise na economia Próximo Texto: Violência: Garimpeiro é assassinado em Serra Pelada Índice
|