da Sucursal de Brasília


Os dois irmãos Mendonça de Barros e André Lara Resende eram responsáveis por projetos prioritários do governo FHC, como o crescimento das exportações, a elaboração de uma política industrial e a criação de um novo modelo de Previdência Social.
O controle do desequilíbrio externo brasileiro por meio do impulso ao setor exportador foi o desafio que levou o governo a deslocar José Roberto Mendonça de Barros para a secretaria executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior) há sete meses.
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda até abril deste ano, Mendonça de Barros assumiu uma Camex com maior poder para operacionalizar um dos instrumentos para elevar os embarques brasileiros a US$ 100 bilhões em 2002: o PEE (Programa Especial de Exportação).
Mas não ficou restrito aos objetivos do governo para a área de comércio exterior. Atuou como uma espécie de consultor da Casa Civil da Presidência da República e do próprio FHC - sobre acompanhamento macroeconômico.
Contribuiu com o pacote de ajuste fiscal anunciado em outubro e também cooperou com seu irmão, Luiz Carlos (ex-ministro das Comunicações), no projeto de criação do Ministério da Produção.
Na Camex, Mendonça de Barros enfrentou desafios que acabaram caindo por terra devido aos efeitos da crise econômica no comércio mundial. Um deles foi a meta de crescimento médio de 11% nos embarques a cada mês deste ano -uma das condições para o país registrar déficit comercial 50% menor que o de 1997, quando chegou a US$ 8,372 bilhões.
De janeiro a outubro, o saldo negativo já havia alcançado US$ 4,278 bilhões. Em vez de crescimento, as exportações apontavam queda de 5,4% em relação ao total acumulado em igual período de 97.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, após comandar a privatização da Telebrás, teria como desafio comandar o novo Ministério da Produção. A pasta reuniria a estrutura do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo e de instituições de fomento como o BNDES.
O objetivo principal desse ministério é criar condições para retomar o crescimento econômico.
Lara Resende, um dos mentores intelectuais do Plano Real, foi o responsável por um dos projetos mais importantes para equilibrar as contas públicas nos próximos anos: a segunda etapa da reforma da Previdência Social, que tem como ponto principal a criação de contas individuais aos segurados.
A proposta será enviada ao Congresso Nacional e ainda está sendo detalhada pelo governo.
Para a área econômica, o novo sistema de previdência incentivará a poupança interna, o que permitirá ao país financiar os investimentos produtivos com menor dependência da poupança externa.



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