São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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Deputado do dinheiro na meia se desfilia do DEM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

Presidente afastado da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o deputado Leonardo Prudente se desfiliou ontem à noite do DEM. Ele tomou a medida para não ser expulso pelo diretório regional do partido, que havia marcado uma reunião sobre o caso.
Assim como o governador José Roberto Arruda (sem partido), não poderá disputar a reeleição em 2010. Prudente argumentou que tomou uma decisão de foro íntimo e que reassumirá a presidência da Câmara Legislativa.
Prudente foi filmado colocando dinheiro na meia após receber pacotes de notas do ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, principal testemunha do mensalão do DEM. Foi a Executiva Nacional do partido que exigiu a expulsão do deputado.
O diretório regional do DEM pressionou Prudente a se desfiliar. Ele postergou a decisão até o inicio do reunião do diretório realizada ontem à noite. O deputado chegou a apresentar uma defesa por escrito em que negava as acusações e afirmava ter sido cerceado.
Era necessária a presença de 11 membros na reunião, mas só apareceram oito. Vice-governador e presidente regional do DEM, Paulo Octávio não foi. Ele também é acusado de participar do esquema, mas nega.
Antes de Prudente anunciar que deixaria o DEM, o relator de seu processo no partido, Lindberg Cury, havia fechado em meia hora o seu parecer, dando a entender que pediria a expulsão. Segundo Cury, a defesa de Prudente apresentava inconsistências. Mas após a desfiliação do deputado, a reunião foi cancelada.
O ex-secretário Barbosa revelou em depoimento à Procuradoria da República e à Polícia Federal um esquema de pagamento de propina a deputados aliados e entregou vídeos, gravados ele, que mostram políticos recebendo dinheiro.
Após o caso vir à tona, Prudente disse em entrevista que pôs o dinheiro na meia por uma questão de segurança.
"Quero informar que fui vítima de chantagem. Me foi oferecida ajuda financeira para campanha de 2006. Eu recebi o dinheiro e coloquei nas minhas vestimentas em razão da minha segurança porque não uso pasta.Tão logo tenha as informações [sobre o processo] darei mais declarações", afirmou o deputado, na ocasião.
A Folha revelou ainda que o governo Arruda injetou sem licitação ao menos R$ 24 milhões numa empresa de segurança ligada a Prudente.
Ontem o governador apareceu em público em um evento e disse que passa por "um momento de grande sofrimento".


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