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Deputado do dinheiro na meia se desfilia do DEM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
Presidente afastado da Câmara Legislativa do Distrito
Federal, o deputado Leonardo
Prudente se desfiliou ontem à
noite do DEM. Ele tomou a medida para não ser expulso pelo
diretório regional do partido,
que havia marcado uma reunião sobre o caso.
Assim como o governador
José Roberto Arruda (sem partido), não poderá disputar a
reeleição em 2010. Prudente
argumentou que tomou uma
decisão de foro íntimo e que
reassumirá a presidência da
Câmara Legislativa.
Prudente foi filmado colocando dinheiro na meia após
receber pacotes de notas do ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa,
principal testemunha do mensalão do DEM. Foi a Executiva
Nacional do partido que exigiu
a expulsão do deputado.
O diretório regional do DEM
pressionou Prudente a se desfiliar. Ele postergou a decisão até
o inicio do reunião do diretório
realizada ontem à noite. O deputado chegou a apresentar
uma defesa por escrito em que
negava as acusações e afirmava
ter sido cerceado.
Era necessária a presença de
11 membros na reunião, mas só
apareceram oito. Vice-governador e presidente regional do
DEM, Paulo Octávio não foi.
Ele também é acusado de participar do esquema, mas nega.
Antes de Prudente anunciar
que deixaria o DEM, o relator
de seu processo no partido,
Lindberg Cury, havia fechado
em meia hora o seu parecer,
dando a entender que pediria a
expulsão. Segundo Cury, a defesa de Prudente apresentava
inconsistências. Mas após a
desfiliação do deputado, a reunião foi cancelada.
O ex-secretário Barbosa revelou em depoimento à Procuradoria da República e à Polícia
Federal um esquema de pagamento de propina a deputados
aliados e entregou vídeos, gravados ele, que mostram políticos recebendo dinheiro.
Após o caso vir à tona, Prudente disse em entrevista que
pôs o dinheiro na meia por uma
questão de segurança.
"Quero informar que fui vítima de chantagem. Me foi oferecida ajuda financeira para campanha de 2006. Eu recebi o dinheiro e coloquei nas minhas
vestimentas em razão da minha segurança porque não uso
pasta.Tão logo tenha as informações [sobre o processo] darei mais declarações", afirmou
o deputado, na ocasião.
A Folha revelou ainda que o
governo Arruda injetou sem licitação ao menos R$ 24 milhões numa empresa de segurança ligada a Prudente.
Ontem o governador apareceu em público em um evento e
disse que passa por "um momento de grande sofrimento".
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