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ELEIÇÕES 2004
TRE anulou votação
Prefeito afastado em RO retorna em nova eleição
DANIELE SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Os eleitores de Monte Negro
(250 km de Porto Velho) decidiram dar uma segunda chance ao
prefeito Eloísio Antônio da Silva
(PSDB). Mesmo tendo sido afastado do cargo sob acusação de
compra de votos em 2004, ele
venceu a nova eleição municipal,
realizada no último domingo.
O tucano recebeu 52,93% dos
votos válidos, praticamente o
mesmo percentual obtido na primeira votação (52,76%). A eleição
de 2004 foi anulada pelo TRE
(Tribunal Regional Eleitoral) de
Rondônia no ano passado, após
denúncia de que Silva teria utilizado material e máquinas da prefeitura em obras para supostamente favorecer eleitores.
Ele também foi acusado de convencer pessoas de outros municípios a transferir seus títulos para
Monte Negro e de oferecer a elas
transporte no dia da votação.
"Foi por abuso de poder econômico e político", afirma Silva. "O
prefeito anterior [Jair Miotto, do
PSDB] me apoiou e deu uns tijolos a uma igreja evangélica daqui,
e isso gerou essa confusão toda.
Mas não foi nada diretamente comigo", justifica.
Silva, 44, foi secretário-geral de
Miotto durante os oito anos em
que ele foi prefeito.
Por conta da anulação da eleição, Silva e seu vice Zé Mineiro
(PL) foram afastados três vezes da
prefeitura ao longo de 2005. "Eu
ficava mais ou menos 20 dias fora
da prefeitura e depois retornava,
com recurso. Eu recorria e voltava, recorria e voltava", diz Silva.
Proibidos pelo TRE de concorrerem na nova eleição, Silva e Mineiro puderam se candidatar graças a uma liminar de última hora
do Tribunal Superior Eleitoral.
"O resultado da segunda eleição
confirmou a vontade popular.
Mesmo que eles [a oposição] entrem na Justiça novamente, acho
que ficam sem nenhuma condição de obter algum êxito contra a
gente", diz o prefeito eleito.
A oposição, no entanto, afirma
que não pretende deixar Silva
reassumir o cargo na prefeitura,
hoje ocupado pelo presidente da
Câmara dos Vereadores.
O candidato Aluísio Cabeça
Branca (PMDB) afirma que houve compra de votos novamente e
que vai recorrer à Justiça. "Nossos
advogados dizem que ele não assume. Ele não tem legitimidade
para assumir", diz Cabeça Branca, 46, derrotado duas vezes por
Silva e autor da denúncia de compra de votos em 2004.
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