São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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ELEIÇÕES 2004

TRE anulou votação

Prefeito afastado em RO retorna em nova eleição

DANIELE SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Os eleitores de Monte Negro (250 km de Porto Velho) decidiram dar uma segunda chance ao prefeito Eloísio Antônio da Silva (PSDB). Mesmo tendo sido afastado do cargo sob acusação de compra de votos em 2004, ele venceu a nova eleição municipal, realizada no último domingo.
O tucano recebeu 52,93% dos votos válidos, praticamente o mesmo percentual obtido na primeira votação (52,76%). A eleição de 2004 foi anulada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Rondônia no ano passado, após denúncia de que Silva teria utilizado material e máquinas da prefeitura em obras para supostamente favorecer eleitores.
Ele também foi acusado de convencer pessoas de outros municípios a transferir seus títulos para Monte Negro e de oferecer a elas transporte no dia da votação.
"Foi por abuso de poder econômico e político", afirma Silva. "O prefeito anterior [Jair Miotto, do PSDB] me apoiou e deu uns tijolos a uma igreja evangélica daqui, e isso gerou essa confusão toda. Mas não foi nada diretamente comigo", justifica.
Silva, 44, foi secretário-geral de Miotto durante os oito anos em que ele foi prefeito.
Por conta da anulação da eleição, Silva e seu vice Zé Mineiro (PL) foram afastados três vezes da prefeitura ao longo de 2005. "Eu ficava mais ou menos 20 dias fora da prefeitura e depois retornava, com recurso. Eu recorria e voltava, recorria e voltava", diz Silva.
Proibidos pelo TRE de concorrerem na nova eleição, Silva e Mineiro puderam se candidatar graças a uma liminar de última hora do Tribunal Superior Eleitoral.
"O resultado da segunda eleição confirmou a vontade popular. Mesmo que eles [a oposição] entrem na Justiça novamente, acho que ficam sem nenhuma condição de obter algum êxito contra a gente", diz o prefeito eleito.
A oposição, no entanto, afirma que não pretende deixar Silva reassumir o cargo na prefeitura, hoje ocupado pelo presidente da Câmara dos Vereadores.
O candidato Aluísio Cabeça Branca (PMDB) afirma que houve compra de votos novamente e que vai recorrer à Justiça. "Nossos advogados dizem que ele não assume. Ele não tem legitimidade para assumir", diz Cabeça Branca, 46, derrotado duas vezes por Silva e autor da denúncia de compra de votos em 2004.


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