São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Prefeito de São Paulo assume que pode concorrer ao dizer que o PSDB decidirá em março os "rumos que cada um vai tomar"

Serra admite disposição de se candidatar

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda que sutilmente, o prefeito de São Paulo, José Serra, entrou na arena e admitiu ontem, pela primeira vez publicamente, a disposição de concorrer à Presidência. Serra disse, em Minas, que em março o PSDB "vai analisar os rumos que cada um vai tomar, inclusive o do partido".
No início do mês, o prefeito rejeitou a sugestão de um aliado para que, em resposta ao lançamento da candidatura do governador Geraldo Alckmin (SP), dissesse que caberia ao partido tomar uma decisão. Na época, Serra alegou que esse seria o reconhecimento de sua própria candidatura. Ontem, porém, ele afirmou: "Quando chegar março, a gente vai dar uma olhada e analisar os rumos que cada um vai tomar".
Incomodado com a manifestação da bancada da Câmara em favor da candidatura de Alckmin, Serra mandou recado para os tucanos. Avisou que não é candidato de si mesmo e que só concorrerá se convocado pelo partido. Sinalizou ainda que gostaria que a sigla só decidisse em março.
Em conversas com tucanos, Serra lembra que foi a pedido do PSDB que aceitou disputar a Prefeitura de São Paulo. E que, da mesma maneira, assumiria uma nova missão. Mas não concordaria com gestos pró-Alckmin após a escolha nem com o uso da prefeitura contra ele.
A movimentação de Serra foi estimulada por pesquisas que indicam a recuperação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Serra, o resultado o consolida como tucano mais competitivo.
Nas conversas de ontem, Serra repetiu que se enganam os que menosprezam a força de Lula. E refutou a idéia de que qualquer um seja capaz de derrotá-lo.
Depois da manifestação da bancada, Serra decidiu se articular dentro do partido. Procurou, além do governador Aécio Neves (MG), parlamentares como o senador Álvaro Dias (PR) e a deputada Yeda Crusius (RS). À noite, tinha jantar marcado com o governador Marconi Perillo (GO).
Alckmin se recusou a responder se essa seria uma demonstração de que Serra é candidato. "Não posso falar pelo prefeito."


Colaborou a Agência Folha

Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Frases
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.