São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

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Presidente visitará 20 Estados antes da campanha eleitoral

"Vamos colocar o pé na lama", diz o ministro Márcio Fortes (Cidades), que organiza as visitas aos "canteiros de obras"

Das viagens dadas como certas, uma será às obras de urbanização na Favela do Lixão, em Duque de Caxias (RJ), cujo prefeito é do PMDB

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Programas de forte cunho social -e eleitoral- levarão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a visitar pelo menos 20 Estados nos próximos meses, durante a pré-campanha para as eleições municipais.
"Vamos colocar o pé na lama", afirmou o ministro Márcio Fortes (Cidades), responsável pela organização de parte do roteiro presidencial neste primeiro semestre, sobre as visitas aos "canteiros de obras".
Fortes entregará ao presidente na próxima semana uma lista com dez projetos grandes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prontos para receberem a "ordem de serviço" -na prática, o aval para o início das obras. Lula deverá visitar alguns desses locais.
Das viagens dadas como certas, uma será às obras na Favela do Lixão, em Duque de Caxias (RJ). O governo federal vai liberar R$ 127 milhões para o projeto. A cidade é comandada pelo PMDB, da base governista. Estima-se que nos próximos meses Lula passe até dois dias da semana fora de Brasília.
Outro programa que levará o presidente a andar pelo país é o "Territórios da Cidadania", cujo lançamento estava previsto para a próxima semana em Brasília, mas foi adiado e deve ocorrer até 25 de fevereiro.
O programa contempla iniciativas em 60 regiões definidas pelo governo como os piores "grotões de pobreza". Esses 60 territórios agrupam 958 municípios que, segundo o Planalto, receberão até R$ 7 bilhões neste ano em iniciativas como construção de estradas, capacitação de professores e estímulo à agroindústria.

Caravanas
O governo planeja fazer "caravanas ministeriais", com visitas do primeiro escalão de Lula aos "territórios". A previsão é de que Lula vá pessoalmente a pelo menos quatro deles. Uma das cidades deve ser Quixadá (CE), onde a prefeitura é do PT.
As atividades do presidente em ano eleitoral são freqüentemente alvo de polêmica. O governo defende que precisa manter a máquina estatal funcionando. Também argumenta que viagens, inaugurações e eventos fazem parte de uma rotina presidencial.
O Planalto afirma ainda que as futuras viagens se referem a programas que estão sendo concretizados e que não há ligação entre o roteiro do presidente e as eleições municipais de 2008. Na prática, porém, a fronteira é tênue.
O presidente Lula é um forte cabo eleitoral. Pesquisa Datafolha feita em novembro do ano passado mostra que em Recife, Fortaleza e Salvador, respectivamente, 38%, 29% e 26% dos eleitores dizem que o apoio de Lula a um candidato poderia levá-los a votar nele. Em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, 14% dos eleitores poderiam votar nos indicados por Lula. O índice sobe para 15%, em São Paulo e Belo Horizonte, e para 21%, no Rio.
No início do ano, o presidente convocou ministros ao seu gabinete para fazerem uma espécie de balanço e pediu aos subordinados pressa, agilidade e um cronograma que lhe permita percorrer o país até julho.


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