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Presidente visitará 20 Estados antes da campanha eleitoral
"Vamos colocar o pé na lama", diz o ministro Márcio Fortes (Cidades), que organiza as visitas aos "canteiros de obras"
Das viagens dadas como certas, uma será às obras de urbanização na Favela do Lixão, em Duque de Caxias (RJ), cujo prefeito é do PMDB
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Programas de forte cunho
social -e eleitoral- levarão o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva a visitar pelo menos 20
Estados nos próximos meses,
durante a pré-campanha para
as eleições municipais.
"Vamos colocar o pé na lama", afirmou o ministro Márcio Fortes (Cidades), responsável pela organização de parte
do roteiro presidencial neste
primeiro semestre, sobre as visitas aos "canteiros de obras".
Fortes entregará ao presidente na próxima semana uma
lista com dez projetos grandes
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prontos
para receberem a "ordem de
serviço" -na prática, o aval para o início das obras. Lula deverá visitar alguns desses locais.
Das viagens dadas como certas, uma será às obras na Favela
do Lixão, em Duque de Caxias
(RJ). O governo federal vai liberar R$ 127 milhões para o projeto. A cidade é comandada pelo PMDB, da base governista.
Estima-se que nos próximos
meses Lula passe até dois dias
da semana fora de Brasília.
Outro programa que levará o
presidente a andar pelo país é o
"Territórios da Cidadania", cujo lançamento estava previsto
para a próxima semana em Brasília, mas foi adiado e deve
ocorrer até 25 de fevereiro.
O programa contempla iniciativas em 60 regiões definidas pelo governo como os piores "grotões de pobreza". Esses
60 territórios agrupam 958
municípios que, segundo o Planalto, receberão até R$ 7 bilhões neste ano em iniciativas
como construção de estradas,
capacitação de professores e
estímulo à agroindústria.
Caravanas
O governo planeja fazer "caravanas ministeriais", com visitas do primeiro escalão de Lula
aos "territórios". A previsão é
de que Lula vá pessoalmente a
pelo menos quatro deles. Uma
das cidades deve ser Quixadá
(CE), onde a prefeitura é do PT.
As atividades do presidente
em ano eleitoral são freqüentemente alvo de polêmica. O governo defende que precisa
manter a máquina estatal funcionando. Também argumenta
que viagens, inaugurações e
eventos fazem parte de uma rotina presidencial.
O Planalto afirma ainda que
as futuras viagens se referem a
programas que estão sendo
concretizados e que não há ligação entre o roteiro do presidente e as eleições municipais
de 2008. Na prática, porém, a
fronteira é tênue.
O presidente Lula é um forte
cabo eleitoral. Pesquisa Datafolha feita em novembro do ano
passado mostra que em Recife,
Fortaleza e Salvador, respectivamente, 38%, 29% e 26% dos
eleitores dizem que o apoio de
Lula a um candidato poderia levá-los a votar nele. Em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, 14% dos eleitores poderiam votar nos indicados por
Lula. O índice sobe para 15%,
em São Paulo e Belo Horizonte,
e para 21%, no Rio.
No início do ano, o presidente convocou ministros ao seu
gabinete para fazerem uma espécie de balanço e pediu aos subordinados pressa, agilidade e
um cronograma que lhe permita percorrer o país até julho.
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