São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Painel

RANIER BRAGON (interino) - painel@uol.com.br

Test drive

Depois de voltar das festas de fim de ano com novo visual, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) começa na primeira semana de fevereiro seu primeiro "voo solo" rumo à campanha eleitoral de 2010. Junto com os dados para o balanço do PAC, Dilma recebeu dos ministérios uma lista de obras a serem inauguradas. A partir daí, montou um calendário de viagens que, na maioria das vezes, não incluirá a presença de Lula.
A primeira será no dia 6, ao lado de Márcio Fortes (Cidades), quando ela acionará a perfuradora das obras de extensão do metrô entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Está prevista também inauguração de uma escola numa favela do Rio, ao lado do governador Sérgio Cabral (PMDB).




Palanque. Em tempos de queda nos índices de geração de empregos, a ministra anunciará na solenidade no Rio Grande do Sul que a obra abrirá 1.200 vagas de trabalho, com investimento de R$ 125 milhões em 2009.

Terra quente. Diante das críticas que o MST vem fazendo à reforma agrária do governo, Lula recebeu do Ministério do Desenvolvimento Agrário levantamento afirmando que 43 milhões de hectares de terras foram desapropriados para assentamentos de famílias desde 2003, início de seu governo.

Na manga. Isso representaria 53% de tudo o que já foi desapropriado no país para esse fim. Lula levará o número para o Fórum Social Mundial, que começa na terça, como munição para rebater possíveis críticas dos sem-terra.

Hora do aperto. O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, promete anunciar um "ajuste fiscal" na primeira reunião da Executiva do partido, marcada para amanhã. Endividado, o partido deverá cortar viagens de dirigentes e a realização de eventos em 2009.

Bronca. Na mesma reunião, o partido pode tirar uma posição oficial cobrando a reciprocidade do PMDB no apoio a Tião Viana (PT-AC) para presidir o Senado, o que seria "mais saudável" do ponto de vista democrático. O PT apoia o peemedebista Michel Temer na Câmara.

Ouvidos. O último ato de Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Câmara será a criação de um conselho editorial para os veículos da Casa -agência, rádio e TV Câmara. Nada a ver, segundo ele, com a gritaria dos candidatos à sua sucessão contra a TV por não realizar debates entre eles.

Devagar 1. A apresentação de projetos de lei ou de emenda constitucional não é o forte dos quatro candidatos a presidente da Câmara, mais acostumados ao trabalho de bastidor. Todos estão bem abaixo da média de nove projetos propostos por deputado na atual legislatura.

Devagar 2. Osmar Serraglio (PMDB-PR) tem o índice mais alto, com cinco projetos, seguido por Michel Temer (PMDB-SP), com quatro, e Ciro Nogueira (PP-PI), com três. Aldo Rebelo (PC do B-SP), que em outras épocas propôs o Dia do Saci, não apresentou nenhum projeto na atual legislatura.

Auditório. Além da enxurrada de críticas ao governo, o DEM criou em seu site a seção "Como a crise está afetando a sua vida?", ao lado da enquete "você acha que gastar, como Lula está pedindo, vai ajudar você a manter o emprego?"

Upgrade. Geraldo Alckmin (PSDB) pediu ao cerimonial do Palácio dos Bandeirantes para ampliar a estrutura do evento de transmissão de cargo, amanhã, quando assume a Secretaria de Desenvolvimento. A previsão era de cerimônia para até cem pessoas, mas ele solicitou 500 lugares.

Plano de voo. O tucano diz que sua prioridade será a agência paulista de fomento, com capital de R$ 1 bilhão, focada nas pequenas empresas.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

'Para fingir que é de esquerda, o Lula faz uma festa para os presidentes que formam um complô contra os interesses dos brasileiros."

Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), sobre o investimento do governo federal para montar a estrutura do Fórum Social Mundial, no Pará, que receberá Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Hugo Chávez (Venezuela).

Contraponto

Novela das oito

O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), dava entrevista quando foi questionado sobre a súmula antinepotismo do Supremo que proibiu a contratação de parentes até terceiro grau nos três Poderes.
-Sou contra-, disse ele.
A repórter quis saber o motivo, e Jovair respondeu que a existência de pessoas da mesma família trabalhando no mesmo órgão é comum em vários setores. A jornalista insistiu, pedindo um exemplo. O deputado respondeu:
-É supercomum, até a Rede Globo faz isso. Trabalham juntos, por exemplo, Tarcísio Meira e Tarcísio Filho...


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