São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Gabeira teve encontros secretos com italiano em café de Ipanema

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos mais de dois anos em que viveu clandestino no país, o italiano Cesare Battisti manteve encontros secretos com o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) num café em Ipanema. O congressista optou por não denunciá-lo.
"Nos reunimos quatro ou cinco vezes. Também fui refugiado político na Europa e recebido por pessoas que me ajudaram", diz, em referência ao exílio durante a ditadura (1964-1985). "Eu prestei ajuda quando ele chegou, ouvi o caso dele. Ao longo do tempo, sugeri que ele buscasse o caminho legal." Gabeira nega que tenha prestado auxílio financeiro ou dado abrigo a Battisti. "Conversávamos sobre os livros dele", diz.
Segundo a Folha apurou, a PF já monitorava o ex-militante e até entrou na Justiça com pedido de interceptação telefônica do italiano, mas o Ministério Público foi contra. Por determinação de Tarso, a PF não fala sobre o caso Battisti. Para Gabeira, o refúgio do italiano é uma questão humanitária.
A lei 6.815/80 diz que introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino é crime, com pena de um a três anos. O doutor em direito internacional Jorge Fontoura pondera. "O cidadão tem o direito de não denunciar." (CDS)


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