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Produção de pílulas de frei Galvão cresce 50%
Em Guaratinguetá, demanda subiu após reconhecimento do 2º milagre do frade
Fábrica que produz imagens religiosas também registra crescimento na procura por estátuas daquele que será o primeiro santo brasileiro
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GUARATINGUETÁ
Na catedral de Santo Antônio, no centro de Guaratinguetá (176 km de SP), 20 mulheres
voluntárias se reúnem diariamente para fazer as famosas pílulas de frei Galvão, que também são produzidas no Mosteiro da Luz, na capital paulista.
Desde dezembro, quando o
Vaticano reconheceu um segundo milagre atribuído ao frade, a produção das pílulas em
Guaratinguetá cresceu 50%,
diz Kalil. Todo mês, são feitas
cerca de 90 mil unidades, para
o Brasil e até para o exterior.
Produzidas a partir de papel
higienizado e distribuídas gratuitamente, as pílulas trazem a
frase "Após o parto, ò virgem
mãe de Deus, permaneceste inviolada. Intercede por nós",
atribuída a frei Galvão. Tidas
por milagrosas, são solicitadas
por meio de dezenas de cartas
que chegam ao templo. É gente
em busca de cura ou proteção.
A produção das pílulas é
coordenada por Ondina Kalil,
71, presidente da Irmandade
Frei Galvão. Fundada em 1999,
logo após a beatificação do frade, a entidade visa divulgar a
obra daquele que, em maio, será o primeiro santo brasileiro,
nascido na cidade em 1739.
Entre as atribuições de Kalil
está a leitura das cartas. Muitas
delas são histórias de dor e tristeza. "São pessoas com todos os
tipos de doença que recorrem
às pílulas de frei Galvão para
obter a cura. E também muitas
mulheres grávidas, que buscam
proteção e um bom parto."
Kalil disse que o pedido que
mais a emocionou chegou recentemente do Rio de Janeiro.
Grávida, a mulher pedia a intervenção do frade para salvar o filho ainda na barriga, que possui
problemas de formação. "Ela
diz na carta que foi aconselhada
a abortar, mas que está disposta
a levar a gravidez até o fim, pois
tem esperança de que frei Galvão irá ajudá-la", disse.
A presidente da irmandade
não conseguia conter a alegria
após receber, na sexta, a notícia
de que o papa Bento 16 canonizará o franciscano em sua visita
ao Brasil. "Ver frei Galvão se
tornar santo é um sonho que
acalento desde os dez anos."
Imagens
Além das pílulas, o anúncio
da canonização do frade também fez crescer a procura por
imagens do primeiro santo brasileiro. A demanda, porém, ainda é baixa, aponta Alécio Salles,
33, dono de fábrica de imagens
que trabalha com os irmãos Agda e Álvaro. A fábrica funciona
em Guaratinguetá há dez anos.
Segundo ele, a produção de
imagens de frei Galvão cresceu
cerca de 50% nos últimos meses. Responde hoje por 10% das
10 mil unidades que a empresa
fabrica mensalmente.
"Embora tenha se falado
muito em frei Galvão nos últimos meses, ele ainda é pouco
conhecido no país. Mas acredito que essa situação deva mudar agora", disse ele.
A confiança no crescimento
da procura por imagens do frade é tanta que Salles já planeja
mudar a fábrica para uma área
quatro vezes maior que a atual,
de 600 m2. "Temos 16 funcionários e a expectativa é chegar
a 50 nos próximos dois anos."
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