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Empresário ligado à Finatec diz ter sido indicado pelo PT
Investigado, Luís Lima se compara a bom médico para justificar serviços a petistas
Sete governos do partido, incluindo as prefeituras de Recife, de Fortaleza e de
São Paulo, tiveram verbas repassadas pela fundação
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sócio-diretor Intercorp Consultoria Empresarial, o consultor Luís Antônio Lima, se comparou ontem a um bom médico
para justificar a grande quantidade de administrações petistas que contrataram seus serviços por intermédio da Finatec,
fundação ligada à UnB (Universidade de Brasília), dentro de
um termo de parceria que vigorou de 2001 a 2005.
O Ministério Público do Distrito Federal investiga a suspeita de que administrações petistas tenham usado a Finatec
(Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos)
para estabelecer, sem licitação,
contratos com empresas de Lima. Segundo os promotores, a
Intercorp e a Camarero & Camarero Consultoria Empresarial, empresa de sua sua mulher, Flávia Maria Camarero,
foram beneficiadas com R$ 23
milhões de R$ 50 milhões pagos à Finatec.
A lista inclui sete governos
petistas. Entre eles, as prefeituras de Recife, Fortaleza e São
Paulo. Dizendo-se responsável
por um projeto exitoso, Lima
admite: "A grande maioria dos
trabalhos foi efetivamente feita
com governos que eram ligados
ao PT e à sua base aliada".
Mas, perguntando-se "por
que tem mais administrações
vinculadas a um determinado
partido do que outro?", argumenta que no Brasil são comuns indicações no setor público. "Quando se faz um trabalho no setor público e esse trabalho é bom, você é indicado
para outras organizações, para
os amigos. Esse processo foi
simplesmente um processo de
indicação, como um médico".
Gaúcho, Lima confirma informação -publicada pela revista "Época"- de que colaborou com a equipe de transição
entre os governos Fernando
Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, no fim de
2002. Segundo ele, a Intercorp
doou, através da Finatec, o software usado pela equipe do PT
para diagnóstico da situação
herdada pela gestão FHC.
A pedido da transição, lembra, foi criado um campo para
descrição das reivindicações de
cargos. Lima apresentou, pessoalmente, o software para a
equipe. Segundo ele, o software
foi solicitado à Finatec. Mas
não sabe por quem.
Além dos petistas, Lima lista
outros três clientes da Finatec,
além do recém-assinado contrato com a Prefeitura de São
Paulo, para provar o reconhecimento de seu trabalho: a Prefeitura de João Pessoa, então
governada por Cícero Lucena
(PSDB), a Prefeitura de Porto
Alegre, já na gestão de José Fogaça (PMDB), para quem também cedeu um software, e o governo do Rio Grande do Sul (na
administração do peemedebista Germano Rigotto).
Lima contesta auditoria da
Prefeitura de São Paulo com indícios de que um contrato superior a R$ 12 milhões não fora
realizado. "Foi um trabalho rico", disse o empresário, lembrando que a atual gestão não
revogara um atestado de capacitação emitido pela anterior.
Lima afirma que a Intercorp
assinou uma parceria com a Finatec em 2001. A fundação, diz,
se interessou pelo trabalho de
"desenvolvimento de uma metodologia de gestão". Em 2005,
a Intercorp transferiu os direitos do trabalho para a Finatec.
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