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Base pressiona PT a aceitar CPI com PSDB
Jucá e Roseana querem convencer Planalto a entregar presidência da comissão sobre cartões corporativos aos tucanos
Proposta de ceder comando da CPI foi aceita pelo PMDB; caso governo não concorde, oposição sugere nome do senador Jarbas Vasconcelos
MARIA CLARA CABRAL
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes do governo no Congresso vão tentar convencer o
Palácio do Planalto e o PT a
aceitar um acordo para entregar a presidência da CPI dos
Cartões Corporativos ao PSDB.
Até o PMDB já está disposto a
fechar um entendimento com
os oposicionistas.
A definição sobre a divisão
dos dois principais postos da
comissão -presidente e relator- deve ocorrer até amanhã,
depois de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e o líder do governo no Senado,
Romero Jucá (PMDB-RR).
Jucá e Roseana Sarney
(PMDB-MA), líder do governo
no Congresso, defendem um
acordo por duas razões: evitar a
instalação de uma segunda CPI
no Senado e criar um clima de
entendimento com a oposição
para negociar a reforma tributária, a ser enviada ao Legislativo até quinta-feira.
Apesar do discurso oficial de
que o Palácio do Planalto não
quer interferir na formação da
CPI, o presidente Lula e o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro , assim como os líderes petistas,
são contra entregar a presidência da comissão para o PSDB.
Lula e José Múcio argumentam que a oposição deseja
transformar a CPI numa guerra política, buscando atingir o
lado ético do governo. Eles se
apegam ao fato de o regimento
determinar que as maiores
bancadas ficam com a presidência e relatoria da comissão.
"O presidente está animado
com o momento atual e acha
que a oposição apenas quer
buscar um desgaste do governo
nas questões éticas", afirmou o
senador Renato Casagrande
(PSB-ES), que se encontrou
com Lula na semana passada.
Na tentativa de um entendimento com a base, o líder do
PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ofereceu ao senador
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para que ele presidisse a
comissão. O peemedebista
aceitou, mas aliados ao governo
devem recusar a proposta por
classificarem Jarbas Vasconcelos como independente.
Jucá e Roseana avaliam que
uma guerra com a oposição só
servirá para impedir a tramitação da reforma tributária.
Quanto à CPI, alegam que o governo será maioria na comissão
e nomear um tucano para presidência não irá alterar esse
quadro favorável.
Amanhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega tem
reunião agendada com a oposição para apresentar a proposta
de reforma tributária. Hoje será a vez de encontro com as
centrais sindicais no Palácio do
Planalto também para debater
o tema, com a presença de Lula.
"O medo deles com a CPI é
tão grande que tiveram que
apressar a apresentação da reforma tributária para fingir que
tem assunto mais importante a
ser tratado", disse Arthur Virgílio, em um sinal de que o governo pode ter dificuldades ao
contar com a própria base para
aprovar o projeto.
O governo também estuda
outras modificações no modelo
tributário brasileiro. Entre
elas, uma mudança no Imposto
de Renda da Pessoa Física, na
busca de tentar facilitar a aprovação da reforma tributária.
Ainda não há definição sobre
como seria feita essa mudança,
cujo objetivo é reduzir a carga
tributária sobre a classe média.
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