São Paulo, quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

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Por projeto nacional, Ciro cogita disputar SP

Em reunião com dirigentes de quatro partidos aliados, ex-ministro mantém, porém, candidatura à Presidência como prioridade

Deputado criticou Dilma e Serra; petistas vão esperar definição de Ciro até o final de março, quando ele já terá discutido cenários com Lula

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após se reunir com dirigentes paulistas do PT, PSB, PC do B e PDT, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) manteve ontem aberta a possibilidade -"remota", segundo ele- de se lançar candidato ao governo de São Paulo. A sinalização ocorreu após Ciro ouvir o apelo dos partidos e destoa da afirmação de anteontem em que ele indicava ser definitiva sua disposição de disputar a Presidência.
Segundo relato de dirigentes, a portas fechadas Ciro disse: "Se não tivesse nenhuma perspectiva [de disputar o governo] eu não teria transferido meu título eleitoral". Em outubro de 2009 ele transferiu o domicílio eleitoral para São Paulo, o que lhe permite disputar no Estado.
"O cenário de eu ter que ir [disputar em São Paulo] é quase impossível que se desenhe, mas, falando como exagero, de repente o projeto nacional que o presidente Lula representa precise que, mesmo como uma engrenagem modesta, eu aceite esse desafio", disse ao fim do encontro. "Não titubearia."
Os paulistas disseram a Ciro que, se candidato no Estado, teria a possibilidade de contar com até 11 partidos na aliança (sendo cinco nanicos). Os dirigentes acertaram com Ciro outras duas rodadas de conversas em março, a última após o encontro dele com Lula.
"Ele deu um sinal. É candidato a presidente, mas dentro de um projeto nacional não descarta São Paulo", afirmou Edinho Silva, presidente do PT-SP. "Temos o tempo esgotando, mas a porta não está fechada para o Ciro", afirmou a ex-prefeita Marta Suplicy, na ocasião do 4º Congresso do PT.
Ciro disse na reunião ter dúvidas de que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disputará a Presidência. Esse cenário, segundo ele, afetaria sua decisão, pois só veria sentido na disputa presidencial com o tucano. Aos paulistas, disse que o PSB encomendou pesquisas com ele na cédula como presidente e governador.
Ciro fez críticas a Dilma e Serra ao final do encontro, do qual participaram os deputados Aldo Rebelo (PC do B), Paulinho (PDT), João Paulo Cunha (PT) e Márcio França (PSB), além de Edinho.
"Sou muito melhor candidato do que qualquer um desses aí." Dilma, disse, "é extraordinária, mas não tem a história de 20 eleições que tenho". Para ele, a petista pode ter menos de 30% das intenções de voto, já que regionalmente Serra teria vantagem de quase 6 milhões de votos em São Paulo, e o desempenho do PT não é satisfatório no Sul e no Centro-Oeste.
Ao mencionar os tucanos, afirmou que São Paulo é governado há 30 anos por uma "mesmice", "com agravantes conservadores nos últimos 16".


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