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Por projeto nacional, Ciro cogita disputar SP
Em reunião com dirigentes de quatro partidos aliados, ex-ministro mantém, porém, candidatura à Presidência como prioridade
Deputado criticou Dilma e Serra; petistas vão esperar definição de Ciro até o final de março, quando ele já terá discutido cenários com Lula
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após se reunir com dirigentes paulistas do PT, PSB, PC do
B e PDT, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) manteve
ontem aberta a possibilidade
-"remota", segundo ele- de se
lançar candidato ao governo de
São Paulo. A sinalização ocorreu após Ciro ouvir o apelo dos
partidos e destoa da afirmação
de anteontem em que ele indicava ser definitiva sua disposição de disputar a Presidência.
Segundo relato de dirigentes,
a portas fechadas Ciro disse:
"Se não tivesse nenhuma perspectiva [de disputar o governo]
eu não teria transferido meu título eleitoral". Em outubro de
2009 ele transferiu o domicílio
eleitoral para São Paulo, o que
lhe permite disputar no Estado.
"O cenário de eu ter que ir
[disputar em São Paulo] é quase impossível que se desenhe,
mas, falando como exagero, de
repente o projeto nacional que
o presidente Lula representa
precise que, mesmo como uma
engrenagem modesta, eu aceite
esse desafio", disse ao fim do
encontro. "Não titubearia."
Os paulistas disseram a Ciro
que, se candidato no Estado, teria a possibilidade de contar
com até 11 partidos na aliança
(sendo cinco nanicos). Os dirigentes acertaram com Ciro outras duas rodadas de conversas
em março, a última após o encontro dele com Lula.
"Ele deu um sinal. É candidato a presidente, mas dentro de
um projeto nacional não descarta São Paulo", afirmou Edinho Silva, presidente do PT-SP.
"Temos o tempo esgotando,
mas a porta não está fechada
para o Ciro", afirmou a ex-prefeita Marta Suplicy, na ocasião
do 4º Congresso do PT.
Ciro disse na reunião ter dúvidas de que o governador de
São Paulo, José Serra (PSDB),
disputará a Presidência. Esse
cenário, segundo ele, afetaria
sua decisão, pois só veria sentido na disputa presidencial com
o tucano. Aos paulistas, disse
que o PSB encomendou pesquisas com ele na cédula como
presidente e governador.
Ciro fez críticas a Dilma e
Serra ao final do encontro, do
qual participaram os deputados Aldo Rebelo (PC do B),
Paulinho (PDT), João Paulo
Cunha (PT) e Márcio França
(PSB), além de Edinho.
"Sou muito melhor candidato do que qualquer um desses
aí." Dilma, disse, "é extraordinária, mas não tem a história de
20 eleições que tenho". Para
ele, a petista pode ter menos de
30% das intenções de voto, já
que regionalmente Serra teria
vantagem de quase 6 milhões
de votos em São Paulo, e o desempenho do PT não é satisfatório no Sul e no Centro-Oeste.
Ao mencionar os tucanos,
afirmou que São Paulo é governado há 30 anos por uma "mesmice", "com agravantes conservadores nos últimos 16".
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