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EUA chamam Brasil a liderar contra pirataria
CLAUDIA ANTUNES
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário da Justiça dos
EUA, Eric Holder, chamou o
Brasil a aumentar a colaboração com o país contra a pirataria e os crimes cibernéticos,
"preocupação prioritária" do
governo de Barack Obama.
"Podemos e precisamos fazer
mais", disse Holder, em visita
ontem ao Ministério Público
do Estado do Rio.
"Como dois líderes em tecnologia, com grande base industrial, setores vibrantes de
propriedade intelectual, cabe
aos EUA e ao Brasil liderarem
nesta região, se não no mundo.
Tentamos desenvolver mecanismos para o Brasil liderar esse esforço", afirmou.
O secretário disse que o "roubo da propriedade intelectual"
é uma ameaça à segurança econômica e até nacional dos EUA.
Citou as cópias ilegais de softwares, vídeos e música, a falsificação de produtos de luxo e eletrônicos, a adulteração de remédios e a espionagem industrial e comercial.
Em 2009, Obama nomeou
um coordenador antipirataria
da Casa Branca. Há duas semanas, Holder criou uma força-tarefa para o setor. Neste mês, foi
aprovada lei para reforçar a segurança digital do país.
Brasil e EUA já tiveram divergências públicas sobre patentes e pirataria. Em 2007, o
governo Lula determinou o licenciamento compulsório do
Efavirenz, remédio anti-Aids
do laboratório americano
Merck Sharp & Dome.
O secretário de Justiça evitou se estender sobre a possibilidade de o Brasil usar a área da
propriedade intelectual para
exercer o direito, obtido na
OMC (Organização Mundial do
Comércio), de retaliar prejuízos provocados pelos subsídios
dos EUA a produtores de algodão. No início do mês, o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, ameaçara "contrarretaliação" americana.
Questionado sobre os produtos piratas à venda no Rio, o secretário afirmou que "a mesma
coisa poderia ser dita sobre os
EUA". Não descartou sanções
comerciais contra pirataria,
mas disse não pensar em "situação específica".
Shannon disse que a visita de
Holder "mostra a qualidade do
diálogo entre EUA e Brasil" e o
interesse de "aprofundar a colaboração". A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton,
visita o país na próxima semana. Os dois países divergem sobre Honduras, Irã e o uso de bases colombianas pelos EUA.
Holder, que se reúne hoje
com o ministro da Justiça, Luiz
Paulo Barreto, em Brasília,
também defendeu políticas
mais "inteligentes" contra as
drogas, com aumento de recursos para tratar dependentes.
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