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RIBEIRÃO PRETO
Acusação é de uso irregular de dinheiro público quando o petista era prefeito
TCE cobra R$ 2,6 milhões de Palocci
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
O TCE (Tribunal de Contas do
Estado) de São Paulo notificou o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, a devolver aos cofres
públicos R$ 2,6 milhões por suposta utilização irregular de dinheiro público em 2001, quando
ele era prefeito de Ribeirão Preto.
O dinheiro teria sido usado em
suposta promoção pessoal e também para favorecer uma empresa
do então secretário da Cultura de
Ribeirão, Galeno Amorim.
O ministro tem 30 dias para devolver o dinheiro ao município ou
apresentar justificativa ao TCE.
Palocci disse, por meio de sua assessoria, que vai mostrar que não
houve nenhuma irregularidade.
O tribunal aponta que a irregularidade ocorreu no primeiro ano
do segundo mandato de Palocci
em Ribeirão. A empresa supostamente favorecida é a Editora Palavra Mágica, que pertencia a Amorim e que teria recebido um estande de maior destaque na Feira do
Livro, evento promovido pela
pasta de Amorim.
Fato que chamou a atenção à
época é que o símbolo usado para
promover a feira, um livro aberto
com uma pena entre as páginas, é
semelhante à logomarca da editora do secretário. Quando surgiu a
denúncia, a prefeitura negou ter
favorecido a empresa.
A acusação de suposto uso de
recursos públicos para promoção
pessoal se refere ao fato de Palocci
ter utilizado em eventos e anúncios da prefeitura em TV e jornais
uma logomarca que parecia sua
marca pessoal: um "R" e um "P"
estilizados, com destaque maior
para a última letra, em um fundo
vermelho, a cor do PT.
As denúncias foram apresentadas em 2001 pelo ex-vereador Fernando Chiarelli (PT do B), que
concorreu a prefeito de Ribeirão
no ano passado, mas teve sua candidatura impugnada por ainda
estar inelegível. Ele foi cassado
por falta de decoro parlamentar.
Contas
Não é a primeira vez que Palocci
pode ter que prestar contas ao
TCE. O órgão rejeitou as contas
de 2002 do ex-prefeito, apontando 20 irregularidades, entre elas o
descontrole financeiro. O ministro está recorrendo da decisão.
Segundo o relator Antonio Roque Citadini, a dívida fundada (de
longo prazo) cresceu 58,5% entre
2001 e 2002 na gestão petista, de
R$ 36,3 milhões para R$ 57,5 milhões. Os restos a pagar (curto
prazo) aumentaram 70%. Palocci
recebeu o município em 2001 das
mãos do tucano Luiz Roberto Jábali com R$ 30 milhões em caixa.
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