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A FAVOR
Analistas vêem exagero na reação à "dança"
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns analistas ouvidos ontem
pela Folha afirmaram que a atitude da deputada federal Angela
Guadagnin (PT-SP) de dançar no
plenário da Câmara em comemoração à absolvição de seu colega
João Magno (PT-MG) -acusado
de receber recursos do "mensalão"-, ainda que "exagerada" ou
"infantil", representou um fato
menor, e que a reação a ele é que
foi exagerada e marcada por uso
de critérios diferentes para o PT e
para a oposição.
Fabiano Santos, professor do
Iuperj (Instituto Universitário de
Pesquisas do Rio de Janeiro), afirmou que a "dança" de Guadagnin
é um tema "irrelevante". O único
problema que ele disse ter visto
no gesto da deputada foi a sua falta de percepção de que, hoje, "tudo o que o PT faz pode se voltar
contra o PT". "Qualquer coisa."
"Isso não tem a menor relevância. Ela é uma pessoa séria. Está
havendo um exagero completo",
declarou Santos.
A opinião é parecida com a do
sociólogo Emir Sader, que disse
não ver maiores problemas no
gesto. "Dançar no Congresso não
é das coisas mais vexaminosas
que têm acontecido por lá."
Para ele, a reação é "desproporcional". "A imprensa quer espichar o tema das CPIs quando elas
estão terminando", disse.
A socióloga Maria Victoria Benevides, militante histórica do PT,
disse a princípio que a melhor atitude diante do ocorrido seria a de
"manter um piedoso silêncio".
Mas depois Benevides afirmou
que o gesto da deputada federal,
embora "estapafúrdio" e "infantil", era provavelmente resultado
de horas de estresse e cansaço, e
"muito menos grave do que outros, como, por exemplo, o senador Arthur Virgílio [PSDB-AM]
vir ao microfone e dizer que vai
dar uma surra no presidente da
República".
Seu colega mineiro Fábio Wanderley Reis também se recusa a
condenar a deputada. "Acho que
as pessoas estão exagerando. Temos visto coisas muito mais feias,
como a greve dos desembargadores de Minas Gerais contra as resoluções do CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Mas, evidentemente, a deputada exagerou", ele
disse.
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