São Paulo, sábado, 25 de março de 2006

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A FAVOR

Analistas vêem exagero na reação à "dança"

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguns analistas ouvidos ontem pela Folha afirmaram que a atitude da deputada federal Angela Guadagnin (PT-SP) de dançar no plenário da Câmara em comemoração à absolvição de seu colega João Magno (PT-MG) -acusado de receber recursos do "mensalão"-, ainda que "exagerada" ou "infantil", representou um fato menor, e que a reação a ele é que foi exagerada e marcada por uso de critérios diferentes para o PT e para a oposição.
Fabiano Santos, professor do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), afirmou que a "dança" de Guadagnin é um tema "irrelevante". O único problema que ele disse ter visto no gesto da deputada foi a sua falta de percepção de que, hoje, "tudo o que o PT faz pode se voltar contra o PT". "Qualquer coisa."
"Isso não tem a menor relevância. Ela é uma pessoa séria. Está havendo um exagero completo", declarou Santos.
A opinião é parecida com a do sociólogo Emir Sader, que disse não ver maiores problemas no gesto. "Dançar no Congresso não é das coisas mais vexaminosas que têm acontecido por lá."
Para ele, a reação é "desproporcional". "A imprensa quer espichar o tema das CPIs quando elas estão terminando", disse.
A socióloga Maria Victoria Benevides, militante histórica do PT, disse a princípio que a melhor atitude diante do ocorrido seria a de "manter um piedoso silêncio".
Mas depois Benevides afirmou que o gesto da deputada federal, embora "estapafúrdio" e "infantil", era provavelmente resultado de horas de estresse e cansaço, e "muito menos grave do que outros, como, por exemplo, o senador Arthur Virgílio [PSDB-AM] vir ao microfone e dizer que vai dar uma surra no presidente da República".
Seu colega mineiro Fábio Wanderley Reis também se recusa a condenar a deputada. "Acho que as pessoas estão exagerando. Temos visto coisas muito mais feias, como a greve dos desembargadores de Minas Gerais contra as resoluções do CNJ [Conselho Nacional de Justiça]. Mas, evidentemente, a deputada exagerou", ele disse.


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