São Paulo, quarta-feira, 25 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Só esperando

Quem conhece Lula aposta que o presidente vai "jogar parado" contra o esforço de Delúbio Soares para retornar ao PT e disputar vaga de deputado federal. Avesso à ideia, que considera prejudicial à candidatura de Dilma Rousseff, o presidente espera que os petistas envolvidos no projeto "se enrolem sozinhos" em divergências internas e nos complicadores que começarão a surgir -se o tesoureiro do mensalão puder voltar, por que não o ex-secretário-geral Silvio Pereira e o "aloprado" Hamilton Lacerda?
Se o problema não se resolver sozinho, algum petista conhecido pela proximidade com Lula, como Jaques Wagner ou Luiz Marinho, será escalado para martelar publicamente a inconveniência de reincorporar Delúbio antes do julgamento do Supremo.




Plano B. Delúbio tem dito a antigos companheiros que, se não conseguir a anistia no PT, buscará outro partido. Já teria recebido acenos de siglas da base de Lula às quais prestou serviços na época em que comandava o caixa petista.

Padrão. Petistas comparam a atitude de Lula na questão Delúbio à adotada pelo presidente no caso da liderança do governo na Câmara. Há quase dois meses, parte da bancada petista trabalha para trocar Henrique Fontana (RS) por João Paulo Cunha (SP). Lula deixa a brincadeira rolar, mas não dá o menor sinal de que pretenda trocar o líder.

Formulador. O economista mais próximo de Dilma Rousseff hoje, apontado como possível coordenador de seu programa de governo nessa área, é o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

Tiro no pé. Rolou correria ontem, na cúpula do PSDB, para convencer o aliado Roberto Freire, presidente do PPS, a desistir de realizar uma prévia na sigla entre os tucanos José Serra e Aécio Neves. Explicaram-lhe que a ideia só faria o circo pegar fogo.

Palanques 1. Reunião entre Sérgio Guerra (PSDB), Gilberto Kassab (DEM), Orestes Quércia (PMDB), Jorge Bornhausen (DEM) e Roberto Freire (PPS) analisou os resultados do Datafolha e concluiu que: a) Jarbas Vasconcelos (PMDB) deve ser lançado o quanto antes ao governo de Pernambuco; b) o DEM terá a cabeça-de-chapa em pelo menos três Estados: Bahia, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Palanques 2. Aliados pressionam o PSDB a desistir de reeleger a claudicante Yeda Crusius, apoiando o PMDB no Rio Grande do Sul.

Via rápida. O pacote habitacional a ser anunciado hoje pelo governo inclui acordo com a associação dos cartórios para reduzir prazos e taxas dos mutuários. Resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelecerá prazo máximo de dois meses para concessão de licença para essas obras.

Regente. Lula gostou tanto da apresentação da Orquestra Filarmônica de Cruzeta, em visita à Bahia, que pediu ao maestro Humberto Carlos Dantas para dar o repertório à guarda presidencial. Segundo o presidente, é para "acordar todo dia a dona Marisa".

Artilharia 1. Parecer de cem páginas enviado ontem ao TSE pelo vice-procurador-geral eleitoral, Francisco Xavier Pinheiro Filho, rejeita todos os recursos e determina taxativamente a cassação do mandato do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB). O texto cita legislação adotada na cassação de Cássio Cunha Lima (PB) e Jackson Lago (MA).

Artilharia 2. A procuradoria afirma que Miranda cometeu crime de abuso do poder econômico para se reeleger: "Há de se concluir que houve, sim, desvirtuamento de ações governamentais, com a intenção de angariar votos dos potenciais eleitores para a sua reeleição". Acusado de usar servidores como cabos eleitorais, o peemedebista nega.

Tiroteio

"Fui eleito para fazer oposição e não tenho vocação para o adesismo. Sempre defendi que o PMDB apoiasse a agenda de reformas, mas sem precisar ocupar cargos no governo."

De JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), em resposta às críticas feitas ao senador por Lula, que também declarou apoio à reeleição de Eduardo Campos (PSB) em Pernambuco.

Contraponto

Radicalismo capilar

Os tucanos Eduardo Gomes (TO) e Flexa Ribeiro (PA) foram abordados no Congresso por jornalistas especializados em ciência e tecnologia. Os repórteres buscavam depoimento de ambos, eleitos para presidir as comissões desse tema na Câmara e no Senado, respectivamente.
Antes, porém, os fotógrafos pediram a eles que ajeitassem o cabelo. Careca, Flexa não disse nada. Mas Gomes, com um pouco mais de "cobertura", resolveu fazer piada:
-Olha, somos tucanos, mas, quando o assunto é cabelo, estamos numa linha bem PSOL...
E explicou:
-Eles são poucos e rebeldes!

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO


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