São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

O noivo da vez

No dia em que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) se reuniu com Francisco Dornelles (PP) para discutir a remota possibilidade de uma aliança em torno da candidatura de Ciro Gomes (PSB), tucanos voltaram a mencionar o senador, tio de Aécio Neves, como opção de vice para José Serra (PSDB).
A especulação é curiosa, dado que a maioria dos diretórios do PP está hoje alinhada com Dilma Rousseff (PT). E se a cúpula escolhesse outro caminho? "O PP é um partido onde ninguém manda e ninguém obedece", desdenha um cacique. Ainda assim, uma parcela do PSDB acredita que, concedendo a vaga de vice a Dornelles, o placar pró-PT nos Estados seria superado, e o tempo de TV do partido, muito bem-vindo.



Segura... Henrique Meirelles telefonou anteontem para Michel Temer, preocupado com as declarações de Mangabeira Unger sobre o programa de governo a ser elaborado pelo PMDB. O presidente do Banco Central teme um texto final crítico à atuação da equipe econômica de Lula.

...o Mangabeira. Temer assegurou ao neopeemedebista que, em se tratando do capítulo econômico do programa, tudo passará pelo crivo do deputado Delfim Netto e do próprio Meirelles.

Precaução. O Congresso colocou um tradutor ao lado da rainha Silvia, da Suécia, filha de mãe brasileira e fluente em português, durante visita que ela e o marido fizeram ontem à Câmara e ao Senado.

Portfólio. Presidente da Câmara paulistana e membro da direção nacional do PR, Antonio Carlos Rodrigues rejeita a ideia de que o PDT esteja mais bem posicionado para indicar o vice na chapa de Aloizio Mercadante ao governo: "No partido existem nomes expressivos como os do deputado federal Milton Monti e do vereador Aurélio Miguel".

Em terapia. Eduardo Suplicy foi à casa de Mercadante no fim de semana. Ainda que não tenha chance real de vir a ser o candidato, é preciso que desista das prévias para que Mercadante possa chegar à eleição como "o" nome do PT. A Executiva Estadual ouvirá Suplicy na próxima segunda.

Lado A. A chapa de Jaques Wagner (PT) para disputar a reeleição ao governo baiano está muito perto de ter na vice Otto Alencar, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e por enquanto sem partido. As vagas ao Senado devem ficar com César Borges (PR) e Lídice da Mata (PSB).

Lado B. Na oposição, o desfecho caminha para a indicação de Nilo Coelho (PSDB) como vice de Paulo Souto (DEM). Para o Senado, os nomes devem ser José Ronaldo (DEM), ex-prefeito de Feira de Santana, e ACM Júnior (DEM), embora a família o pressione a abdicar da reeleição para cuidar dos negócios.

Malha 1. Relatório final a ser aprovado hoje pela CPI das Ferrovias na Assembleia paulista responsabiliza a concessionária ALL (América Latina Logística) por depredação do patrimônio do Estado, vendendo trilhos e locomotivas como sucata, e sugere ao Ministério Público que recomende revogação do contrato, com duração até 2028.

Malha 2. O parecer do deputado Mauro Bragato (PSDB) baseia-se no inquérito da Operação Fora dos Trilhos da PF e da Receita, que apontou superfaturamento de material nas ferrovias paulistas. Reúne também depoimentos de testemunhas relatando a venda de equipamentos novos para ferro velho.

Malha 3. O presidente da ALL, Bernardo Hees, conseguiu liminar para não prestar depoimento à CPI, assim como seus acionistas, os fundos de pensão Funcef, Previ e Petros. A ALL é responsável pelas linhas de escoamento de produção de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do interior paulista, via Santos.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Ao contrário do ocorrido no Iraque, a Agência Internacional de Energia Atômica não confirma que todo o material nuclear no Irã é para fins pacíficos, pois o governo iraniano não coopera."

Do embaixador RUBENS BARBOSA, sobre entrevista na qual Samuel Pinheiro Guimarães, secretário de Assuntos Estratégicos do governo Lula, diz que "quem invadiu o Iraque não tem moral para cobrar o Irã".

Contraponto

Porque hoje é sábado

Parlamentares da trinca oposicionista PSDB-DEM-PPS se reuniram ontem em Brasília para discutir o formato do lançamento da candidatura de José Serra à Presidência, no próximo dia 10 na capital federal. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) resolveu cutucar:
-Será que alguém poderia me explicar qual é a razão de fazer o evento num sábado?
Os participantes do encontro se entreolharam à espera da primeira manifestação, até que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) resolveu quebrar o silêncio:
-Ora, gente, se o lançamento fosse num dia normal, o candidato não seria o Serra...


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