São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Câmara rejeita votar fim da verticalização

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara rejeitou ontem o recurso para votação do projeto de decreto legislativo que suspendia a vinculação das coligações estaduais às alianças nacionais. A decisão dos deputados, na prática, inviabiliza a mudança da regra aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O placar registrou 263 votos contrários ao recurso, 152 favoráveis e 2 abstenções. "Acabou", afirmou o líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha (SP).
Ao rejeitar o recurso para votação do decreto, o plenário avalizou a decisão do presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), que considerou inconstitucionais dois projetos de decreto apresentados por deputados suspendendo a verticalização.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), ao analisar recurso do deputado Inaldo Leitão (PSDB-PB), autor de um dos projetos, havia aprovado parecer contrário à decisão de Aécio. O parecer foi derrubado ontem.
Aécio disse que devolverá ao Senado o projeto de decreto legislativo aprovado pelos senadores e enviado à Câmara. O deputado José Genoino (PT-SP) disse que recorrerá dessa decisão. Na discussão do recurso, deputados do PT fizeram questão de afirmar que a verticalização beneficia o presidenciável tucano, José Serra.
Há outras duas iniciativas do Congresso para suspender a verticalização: um projeto de lei interpretativa e uma proposta de emenda constitucional. O projeto deixa claro que as coligações estaduais não têm de seguir as nacionais -numa interpretação do que seria a vontade dos congressistas quando a Lei Eleitoral foi aprovada em 1997.
Com exceção dos líderes do PSDB, do PMDB, do PPB e do PDT, os demais assinaram pedido de urgência para votação desse projeto. O pedido de urgência não tem consenso e por isso terá de entrar numa fila de votações com outros 80 requerimentos, o que impede a apreciação pelo plenário antes das eleições.
A emenda, aprovada pela CCJ do Senado, dá liberdade às siglas para decidirem as alianças. Dificilmente será aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado antes de outubro.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: São Paulo: Instituto lança cartilha para empresas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.