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PT deve liberar
união com siglas do mensalão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT deverá liberar totalmente as coligações com
partidos envolvidos no escândalo do mensalão, ignorando protestos de algumas
alas internas. A liberdade de
alianças foi uma exigência
do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva ao PT para ser
candidato à reeleição.
A polêmica decisão, a ser
tomada no 13º Encontro Nacional do partido, de sexta a
domingo em São Paulo,
abrirá caminho para Estados
se aliarem, sem consulta prévia ao diretório nacional, a
PP, PL, PTB e PMDB. A
preocupação de Lula, em
meio a uma grave crise política, é montar palanques regionais, ainda que oficiosos,
em apoio à sua reeleição.
A liberação de alianças
possibilitará coligações inusitadas, como no Acre. Lá, o
PT está em conversas para
dar a vaga de vice-governador ao PP, controlado pelo
ex-deputado Ronivon Santiago. Ronivon, cassado no
final do ano passado pela
Justiça por compra de votos,
esteve no centro do escândalo da compra de votos para a
reeleição, há 9 anos.
"Se o PT fosse basear suas
alianças em critérios de purismo ideológico, acabaria
sozinho", diz o deputado
Nilson Mourão (PT-AC).
Novo "centrão" petista
A política de alianças deve
ser resolvida pelo voto dos
1.200 delegados. Há três alternativas. A primeira, a favorita das alas "radicais",
permite alianças apenas com
partidos de esquerda: PC do
B e PSB. A segunda autoriza
coligações com partidos da
base, mas sujeitas ao veto da
direção nacional.
A terceira, a que deve ser
aprovada, proíbe apenas coligações com PSDB e PFL
-que, na prática, já estão
vetadas pela verticalização.
O resto está liberado, sem
necessidade de consulta prévia dos Estados à direção nacional, como ocorreu em
eleições passadas.
A liberação das coligações
deve ser aprovada por um
novo "centrão" em formação no PT. Reúne a governista Articulação (45% dos
delegados) e duas correntes
centristas, embora não tão
alinhadas com o Planalto:
Movimento PT (12%) e Socialismo e Democracia (6%).
Além do Acre, o PT conversa
com partidos de centro-direita em Minas Gerais
(PTB), Distrito Federal (PP e
PL) e São Paulo (PL).
A possibilidade de aliança
com os partidos mais identificados com o mensalão deixa inconformada a chamada
"esquerda" petista, que hoje
tem 40% do partido. "Alianças com partidos que sofreram tamanho desgaste recentemente têm, no mínimo, de ser submetidas a uma
avaliação interna dentro do
partido", afirma o secretário-geral do PT, Raul Pont,
da Democracia Socialista.
Evitar lançamento
Atendendo a um pedido
da nova cúpula do PT, o presidente vai ao encontro para
prestigiar militantes e candidatos numa hora em que se
preparam para o que um auxiliar presidencial chama de
"a mais dolorosa campanha
que o partido enfrentará".
Lula já pediu ao presidente
do PT, Ricardo Berzoini, que
evite o lançamento de sua
candidatura à reeleição. O
presidente quer esticar ao
máximo o lançamento para
inaugurar obras em viagens
pelo país.
(FÁBIO ZANINI E KENNEDY ALENCAR)
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