São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

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Berzoini defende controle da mídia durante eleição

Petista defende que "poder dos meios de comunicação" durante campanhas seja um dos pontos discutidos pela reforma política

Luiz Sérgio, líder do PT na Câmara, concordou com o presidente do partido e afirmou que há uma "crise" quanto ao "poder" do setor


ANDREZA MATAIS
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), defendeu ontem que a reforma política, que tramita no Congresso, também discuta mecanismos para discutir "o poder dos meios de comunicação no processo eleitoral".
Durante seminário que tinha como objetivo debater o "funcionamento dos sistemas políticos eleitorais do Uruguai, da Espanha e da Alemanha", ele disse que a reforma não pode se limitar ao financiamento público, à fidelidade partidária e ao voto em lista. "Há questões mais importantes, como discutir o poder dos meios de comunicação no processo eleitoral."
Berzoini também sugeriu que a Justiça Eleitoral poderia controlar os meios de comunicação, mas não disse de que forma isso seria feito. Para defender sua tese de que é preciso controlar a mídia durante as campanhas, Berzoini citou a disputa de 2006.
"Vários meios de comunicação abriram mão do bom jornalismo nas últimas eleições e fizeram campanha declarada para a oposição", afirmou. "Com um Judiciário mais atento com relação a isso", respondeu ele ao ser questionado como seria exercido o controle.
O partido sentiu-se perseguido pela mídia, sobretudo após o escândalo do dossiê contra tucanos, que teve como um dos protagonistas Berzoini.
O líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), e o deputado José Genoino (PT-SP) concordaram com Berzoini. "Temos crise no financiamento das campanhas, mas também temos uma crise com o poder dos meios de comunicação. Muitos agem de forma partidária nas eleições, sem assumir suas posições", disse Luiz Sérgio.
Palestrante do evento, Genoino complementou: "Algumas pessoas do Judiciário, do Ministério Público e da mídia partem da idéia de que algumas instituições encarnam o bem e fazem um julgamento preconceituoso e elitista do que consideram o mal numa tentativa de tirar a legitimidade da política".


Colaborou FÁBIO ZANINI, da Sucursal de Brasília

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