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Berzoini defende controle da mídia durante eleição
Petista defende que "poder dos meios de comunicação" durante campanhas seja um dos pontos discutidos pela reforma política
Luiz Sérgio, líder do PT na Câmara, concordou com o presidente do partido e afirmou que há uma "crise" quanto ao "poder" do setor
ANDREZA MATAIS
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O presidente nacional do PT,
deputado Ricardo Berzoini
(SP), defendeu ontem que a reforma política, que tramita no
Congresso, também discuta
mecanismos para discutir "o
poder dos meios de comunicação no processo eleitoral".
Durante seminário que tinha
como objetivo debater o "funcionamento dos sistemas políticos eleitorais do Uruguai, da
Espanha e da Alemanha", ele
disse que a reforma não pode se
limitar ao financiamento público, à fidelidade partidária e ao
voto em lista. "Há questões
mais importantes, como discutir o poder dos meios de comunicação no processo eleitoral."
Berzoini também sugeriu
que a Justiça Eleitoral poderia
controlar os meios de comunicação, mas não disse de que forma isso seria feito. Para defender sua tese de que é preciso
controlar a mídia durante as
campanhas, Berzoini citou a
disputa de 2006.
"Vários meios de comunicação abriram mão do bom jornalismo nas últimas eleições e fizeram campanha declarada para a oposição", afirmou.
"Com um Judiciário mais
atento com relação a isso", respondeu ele ao ser questionado
como seria exercido o controle.
O partido sentiu-se perseguido pela mídia, sobretudo após o
escândalo do dossiê contra tucanos, que teve como um dos
protagonistas Berzoini.
O líder do PT na Câmara,
Luiz Sérgio (RJ), e o deputado
José Genoino (PT-SP) concordaram com Berzoini. "Temos
crise no financiamento das
campanhas, mas também temos uma crise com o poder dos
meios de comunicação. Muitos
agem de forma partidária nas
eleições, sem assumir suas posições", disse Luiz Sérgio.
Palestrante do evento, Genoino complementou: "Algumas pessoas do Judiciário, do
Ministério Público e da mídia
partem da idéia de que algumas
instituições encarnam o bem e
fazem um julgamento preconceituoso e elitista do que consideram o mal numa tentativa de
tirar a legitimidade da política".
Colaborou FÁBIO ZANINI, da Sucursal de Brasília
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