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PT vive campanha por volta de Delúbio
Reunião do Diretório Nacional do partido que decidirá o futuro do ex-tesoureiro ocorrerá em um mês
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A um mês da reunião do Diretório Nacional que sacramentará o destino de Delúbio
Soares, parlamentares e dirigentes do PT estão sendo bombardeados por uma campanha
pela reintegração do ex-tesoureiro ao partido.
Entre o material de propaganda pró-Delúbio, estão cartas do presidente da CUT, Arthur Henrique, e do coordenador da maior corrente do PT, a Construindo um Novo Brasil,
Francisco da Rocha.
No documento -apresentado à corrente no fim de
março-, Rochinha afirma que
"ninguém tem autoridade para
jogar a primeira pedra [em Delúbio]", mesmo "porque a "crise" não estava e não está relacionada, exclusivamente, a
uma pessoa". Segundo ele, ela
-a "crise"- "exige de todos a
responsabilidade das não discussões coletivas ocorridas no
PT já há algum tempo".
"Não quero tratar disso nem
com emoção nem com saudosismo, mas repilo veementemente o comportamento de hipocrisia e, sobretudo, daqueles
que cospem no prato em que
comeram. Quero deixar claro
que não sei se será agora, pode
ser, e, se assim for, lutarei pela
volta de Delúbio ao PT."
Procurado pela Folha, Rochinha disse que esse era um
texto destinado à discussão interna, não à campanha pública
pela volta de Delúbio. Hoje assessor do presidente do PT, Ricardo Berzoini, Rochinha avisa, porém, que lançará dois novos documentos até junho.
Arthur Henrique, por sua
vez, afirma que os petistas devem solidariedade ao ex-tesoureiro, banido do partido após o
escândalo do mensalão.
"Sua postura de assumir, sozinho, as responsabilidades como tesoureiro do PT, a partir
das acusações levantadas em
2005 e da defesa que fez do
partido frente à sanha oposicionista nos depoimentos da
CPI e demais interrogatórios
pelos quais passou, é de alguém
que tem coragem. Nós precisamos de pessoas corajosas na luta pela transformação social do
Brasil perto e não longe de
nós", prega Arthur Henrique.
Procurado, Arthur Henrique
disse que a carta -na qual condena o "falso moralismo"- é
"autoexplicativa".
Além do manifesto de integrantes do partido -um deles
intitulado de "A Páscoa de Delúbio"-, os e-mails disparados
a petistas incluem declarações
de apoio do ex-ministro José
Dirceu, que teve o mandato de
deputado federal cassado como
produto da crise, e oferecem
possibilidade de diálogo com o
próprio Delúbio, por meio de
seu endereço eletrônico.
Dirceu também exibe a carta
do presidente da CUT em seu
blog. No dia 18 de março, Delúbio apresentou a Berzoini um
pedido formal de reintegração.
Sua intenção é concorrer à
Câmara no ano que vem.
Há duas semanas, uma comissão destacada pela Executiva do PT se reuniu com Delúbio para manifestar posição
contrária à sua filiação. Na conversa, Delúbio teve sua lealdade partidária questionada, já
que insiste em voltar durante
plena disputa pré-eleitoral.
Delúbio, segundo petistas,
não desistiu do pedido, que deverá ser submetido ao partido
na reunião do dia 23 de maio.
Levantamento publicado pela Folha em março mostrou
que menos de um terço dos
membros do Diretório Nacional rejeita categoricamente o
retorno de Delúbio ao partido.
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